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“Portugal é o melhor país do mundo para viver, mas ainda não é o melhor país do mundo para trabalhar”

Esta é a questão que as empresas necessitam de discutir para que o país possa atrair ainda mais investimento, garantiu Gustavo Guimarães, operating partner da Apollo.
Portugal
20 Outubro 2016, 13h57

“Portugal é o melhor país do mundo para viver, mas ainda não é o  melhor país do mundo para trabalhar”. Esta é a questão que as empresas necessitam de discutir para que o país possa atrair ainda mais investimento, garantiu Gustavo Guimarães, operating partner da Apollo, a gestora norte-americana de fundos de private equity que em 2015 adquiriu a seguradora Tranquilidade e que está na corrida ao Novo Banco.

O responsável da Apollo elogiou a qualidade das infraestruturas e a excelência dos trabalhadores portugueses, desde que orientados por “uma visão clara para a empresa”, mas criticou os atuais níveis de impostos, o excesso de burocracia, a falta de estabilidade política e as regras que regulam o mercado de trabalho. As declarações foram proferidas durante a conferência Portugal em Exame, que decorreu hoje em Lisboa.

Fernando Pinto, director executivo da TAP, também esteve presente e falou nos resultados da empresa, que este ano “não serão maravilhosos”. Em causa estão as quebras dos mercados brasileiro e angolano, que obrigaram a uma redução da oferta para estes países.

Em relação à privatização da companhia aérea, o director destacou o aumento da capacidade de investimento, que permitiu a transformação em três áreas fundamentais: a concorrência com as companhias low cost, a melhoria da eficiência e o aumento da agilidade da empresa. Fernando Pinto abordou ainda o fecho de um acordo com a companhia aérea chinesa HNA.

Paulo Neves, CEO da PT, defendeu a necessidade de concretizar a transformação digital das empresas, na qual a PT terá um “importante” papel, ao nível da melhoria das infraestruturas – nomeadamente da instalação da fibra ótica, que deverá chegar a todas as casas até 2020 – e da oferta de serviços. O CEO lembrou que “há tecido empresarial fora dos centros urbanos onde a inovação também tem de chegar”.

Carlos Álvares, presidente Banco Popular, assegurou que a banca poderia ajudar várias empresas em dificuldades, mas que também é possível, mediante incentivos adequados, que estas sejam capitalizadas pelos próprios empresários: “A banca vai atrás dos investimentos. Se virem os donos a aportar capital, também vão fazê-lo.” Para o futuro, destacou a necessidade de reinvenção da banca através da melhoria da oferta de produtos, que poderá passar pela venda de produtos de terceiros. Exemplo disso é a comercialização de seguros de saúde Médis pelo Banco Popular.

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