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Portugal na média da União Europeia só em 2149, diz o Fórum para a Competitividade

O Fórum avisa ainda que em 2018, o saldo das balanças corrente e de capital foi de 903 milhões de euros (0,5% do PIB), pouco mais de um terço do excedente de 2.699 milhões de 2017. E que “o abrandamento das exportações, sobretudo de serviços de turismo, poderá colocar em causa a preservação de saldos externos positivos já em 2019”.
5 Março 2019, 07h04

“Se quisermos ignorar o comportamento da produtividade e olharmos só para a evolução do PIB, uma convergência de duas décimas por ano (como em 2018) significa que demoraríamos 130 anos para atingir a média da União Europeia”, diz o Fórum para a Competitividade, na sua nota de conjuntura de fevereiro. Ou seja, Portugal na média da União Europeia só em 2149.

O Fórum avisa ainda que em 2018, o saldo das balanças corrente e de capital foi de 903 milhões de euros (0,5% do PIB), pouco mais de um terço do excedente de 2.699 milhões de 2017. E que “o abrandamento das exportações, sobretudo de serviços de turismo, poderá colocar em causa a preservação de saldos externos positivos já em 2019”.

Em 2019 e 2020, até a Grécia crescerá mais do que Portugal, refere o Fórum liderado por Pedro Ferraz da Costa.

O crescimento do PIB do quarto trimestre de Portugal (1,7%) foi um pouco pior do que o esperado, pelo lado das exportações, muito afectadas por efeitos pontuais nos portos. “Para o conjunto do ano, houve um crescimento de 2,1%, uma clara desaceleração aos 2,8% de 2017, e um desvio apreciável face à estimativa do governo (2,3%)”, disse.

“É certo que o ambiente externo é de desaceleração, mas o mau comportamento das exportações resulta sobretudo da disrupção nos portos, que não se deverá repetir nos trimestres seguintes. Já a desaceleração externa pode acentuar-se”, lê-se na nota de conjuntura de fevereiro.

“O emprego, em termos de contas nacionais, cresceu 2,3% em 2018, mais do que a subida de 2,1% do PIB. Ou seja, a produtividade caiu 0,2%”, lê-se na nota.

Em relação ao quarto trimestre, houve a mesma perda de produtividade, com o emprego a subir 1,9% face a uma subida de 1,7% do PIB, alerta o Fórum.

“Com o emprego a subir 2,3%, se a produtividade também estivesse a subir, como acontece com os países no nosso nível de desenvolvimento, o PIB podia estar a crescer 4%”, acrescenta o Fórum.

De acordo com a Comissão Europeia (Semestre Europeu de 2019), “Portugal tem uma das mais baixas taxas de investimento da UE”, realça o Fórum.

Em simultâneo, Portugal enfrenta múltiplos condicionalismos ao investimento. “Ou seja, parece que estamos a criar os nossos próprios problemas”, refere o Fórum para a Competitividade.

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