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Portugal não pode continuar a “exportar competências”

Quem o diz é João Pereira Coutinho, presidente do grupo SGC, relativamente a um dos principais entraves da transformação digital das empresas.
Rafael Marchante/Reuters
21 Outubro 2016, 16h20

“Portugal exporta muitos produtos. Especialmente competências. E isto não pode continuar a acontecer”. Quem o diz é João Pereira Coutinho, presidente do grupo SGC, relativamente a um dos principais entraves da transformação digital das empresas, hoje debatida na conferência ‘CEO Dialogue 2016’, organizada pela COTEC Portugal – Associação Empresarial para a Inovação, em Lisboa.

O presidente do grupo que atua, entre outras áreas, no mercado automóvel, falou da dificuldade que as empresas sentem em recrutar jovens capazes de concretizar a adaptação dos negócios ao mundo digital, que estudam em Portugal, mas que optam por trabalhar no estrangeiro.

A emigração não foi a única questão abordada por João Pereira Coutinho, que destacou ainda a incapacidade do mercado português de reter os negócios que nascem por cá: “Há ‘startups’ e inovações fantásticas, que são bons negócios. Mas quando valem cinco ou seis milhões de euros, vem um estrangeiro e compra.”

Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Impresa, falou sobre os desafios do setor dos média, que considera ser um dos mais afetados pela revolução tecnológica. O responsável garante, contudo, que o volume massivo de conteúdo que esta revolução trouxe, tanto ao nível da produção como da distribuição, pode ser positivo, porque obriga a que haja curadoria, assegurada pelos jornalistas.

A transformação digital do setor dos transportes também foi discutida. Tiago Lopes Farias, presidente da Transportes de Lisboa (Carris, Metro e Transtejo) abordou o caracter “facilitador” do digital no âmbito dos transportes públicos e individuais, no potencial de introdução de novos produtos e serviços e na influência que o digital já exerce sobre “as nossas decisões diárias de mobilidade”.

A abertura da conferência foi assegurada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que descreveu a digitalização dos negócios como a “quarta revolução industrial”. A atuação do Governo nesta área passa por “favorecer o desenvolvimento de um ecossistema para a inovação”, garantiu.

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