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Portugal no top 15 dos países com mais computadores atacados

No primeiro semestre de 2017, 46,1% dos computadores ICS portugueses sofreram ciberataques. Portugal ocupa o 14.º lugar no top mundial de países mais suscetíveis a ataques desta natureza. 
  • REUTERS/Kacper Pempel
3 Outubro 2017, 13h12

Em Portugal, 46,1% dos computadores ICS (com acesso à Internet em rede, através de um host) foram atacados, afirma a Kaspersky, que acrescenta que as empresas de produção se revelaram mais suscetíveis, com os seus computadores ICS a representarem cerca de um terço de todos os ataques. A maioria dos ataques ocorreu em empresas de produção de materiais, equipamentos e bens. Outras indústrias mais afetadas incluem a engenharia, educação e alimentar. Computadores ICS de empresas energéticas representam quase 5% de todos os ataques.

A afirmação baseia-se no relatório “Cenário de Ameaças nos Sistemas de Automação Industrial no 1.º Semestre de 2017”, elaborado pela empresa de software antivirus. O mesmo estudo permitiu concluir que Portugal ocupa a 14.ª posição no top mundial dos países com maior percentagem de computadores atacados, uma lista encabeçada pelo Vietname (71%), Argélia (67,1%) e Marrocos (65,4%). Os investigadores detetaram ainda um aumento do número de ataques na China (57,1%) que ascendeu ao quinto lugar do top.

A atividade dos hackers teve o seu ponto alto em março, com a proporção de computadores atacados a diminuir gradualmente a partir do mês de abril e até junho. Os especialistas afirmam que a principal fonte de ameaças foram tentativas de download de malware, acesso a páginas online com conteúdos maliciosos ou phishing, algo que a Kaspersky afirma dever-se ao acesso sem restrições e ligações das redes industriais à Internet, o que ameaça toda a infraestrutura da empresa.

Para proteger o ambiente ICS de possíveis ciberataques, o relatório recomenda que se faça um inventário dos serviços de rede atuais com especial ênfase nos serviços de acesso remoto aos ficheiros de sistema; a realização de uma auditoria aos componentes de isolamento de acesso dos ICS, à atividade da rede industrial da empresa e às suas barreiras, bem como às políticas e práticas relacionadas com a utilização de dispositivos removíveis ou portáteis. Deve ainda verificar-se a segurança do acesso remoto à rede industrial, como mínimo, e reduzir ou eliminar por completo a utilização de ferramentas de administração remotas, como máximo; e ainda manter as soluções de segurança endpoint atualizadas, bem como utilizar métodos de proteção avançados: instalar ferramentas que permitam uma monitorização do tráfego de rede e deteção de ciberataques em redes industriais.

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