Portugal paga 0,45% para emitir quatro mil milhões de euros em OT e “continua a beneficiar da economia”, diz especialista
Portugal foi esta quarta-feira pela primeira vez em 2020 financiar-se aos mercados e pagou 0,45% para emitir quatro mil milhões de euros Obrigações do Tesouro (OT) a dez anos, com maturidade em 2030. A procura foi seis vezes superior à oferta e ascendeu aos 23 mil milhões de euros.
Embora a República Portuguesa se tenha financiado a uma taxa inferior a 0,5%, a yield foi superior ao último leilão comparável, realizado em novembro, tendo subido dos 0,333% para os 0,45%. Mas, “Portugal continua a beneficiar do bom momento e desempenho da sua economia e a procura que teve nesta emissão acabam por ser um reflexo do mesmo”, disse o analista do Banco Carregosa, Filipe Silva.
“Esta emissão servirá de referência para Portugal para o prazo de dez anos”, revelou Filipe Silva. Sobre a subida da taxa de juro paga, o analista do Banco Carregosa sublinho que esteve “em sintonia com o movimento que temos assistido na divida soberana europeia”.
“Enquanto não tivermos sinais de subidas de taxas, devemos conseguir ir fazendo o rollover da dívida com taxas baixas que permitirão fazer uma grande poupança no custo que temos do serviço da dívida portuguesa”, concluiu Filipe Silva.
No dia 6 de janeiro, o IGCP – Agência de Gestão de Tesouraria e Gestão de Dívida Pública anunciou o programa de financiamento para 2020 no qual revelou que prevê angariar até 16,7 mil milhões de euros através da emissão de dívida a longo prazo e 1,3 mil milhões de euros através de dívida a curto prazo.
O Tesouro explicou que o montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2020 deverá situar-se em cerca de 9,5 mil milhões de euros.
A entidade presidida por Cristina Casalinho prevê financiar-se em 16,7 mil milhões através da “emissão bruta de OT [Obrigações do Tesouro], combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais”, com os leilões a ter lugar ás segundas e quartas quarta-feiras de cada mês.
