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“Portugal parece uma ilha de estabilidade, mas há uma sensação incómoda”. Bloomberg diz que legislativas são teste à economia

“Há também uma sensação incómoda de que o primeiro-ministro socialista António Costa pode não ter feito tudo o que poderia fazer durante os últimos quatro anos”, lê-se contudo num artigo da Bloomberg.
4 Outubro 2019, 10h28

As eleições legislativas de 6 de outubro vão colocar à prova a recuperação da economia portuguesa, após cinco anos consecutivos de crescimento, num momento em que Espanha e Itália enfrentam a instabilidade política e populismos. “Portugal parece uma ilha de estabilidade”, lê-se no artigo da Bloomberg sobre o sufrágio de domingo.

“As sondagens sugerem que os eleitores vão oferecer o seu apooio e atribuir outro mandato a António Costa”. Para a agência de informação económica e financeira, os eleitores portugueses vão chegar às urnas influenciados pela redução da taxa de desemprego para a metade e “praticamente” pela eliminação do déficit, depois de no início da década de 2010 o país ter entrado num período de recessão económica e de crise financeira.

Contudo, “há também uma sensação incómoda de que o primeiro-ministro socialista António Costa pode não ter feito tudo o que poderia fazer durante os últimos quatro anos”, lê-se. Com o “crescimento económico a abrandar” e depois de a cobrança de impostos ter chegado a representar “35% do Produto Interno Bruto (PIB)” do país existe a crença de que o Governo não preparou Portugal “para a próxima crise”.

“Existem sentimentos mistos nas ruas de Lisboa”, sentencia a Bloomberg, que indica que os críticos do atual Governo dizem que a eficiência do país não foi alavancada, que a burocracia não foi reduzida e que o peso do Estado na economia se mantém.

Quando chegou ao Governo, em 2015, António Costa “assustou os investidores e as autoridades europeias”, depois de reverter algumas das medidas do plano de resgate financeiro económico imposto pela Troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) a Portugal em 2011. Não obstante, os níveis do déficit próximos de 11% em 2010 passaram para os 0,2% projetados para 2019.

Embora os resultados tenham sido positivos, a Bloomberg escreve que o facto de Costa querer continuar a reverter medidas tomadas no tempo da Troika, tal postura deixará “pouco espaço para gerir a dívida pública que quase duplicou na última década em termos nominais e ficou em 122% do PIB em 2018”.

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