O comércio entre Portugal e o Japão tem crescido, na última década, a um ritmo médio anual de 10%. Ricardo Arroja, presidente da AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, expressa a ambição de duplicar esse ritmo, sublinhando que a relação económica entre os dois países “tem espaço para crescer”.
“Temos tido, nos últimos dez anos, taxas de crescimento de 10% ao ano nas exportações de bens para o Japão e no investimento direto estrangeiro (IDE) proveniente do Japão em Portugal e, portanto, se conseguirmos duplicar estes ritmos de crescimento, seria extraordinário”, afirmou durante a apresentação do Pavilhão de Portugal na Expo 2025 Osaka, que tem início no próximo domingo.
Do lado do Turismo de Portugal, Carlos Abade prevê, em declarações à Lusa, que as receitas turísticas do mercado japonês – o 17.º maior emissor de turistas do mundo – tripliquem para 100 milhões de euros em três anos.
“É bom notar que temos vindo a recuperar aquilo que eram os números de 2019 relativamente ao mercado japonês. Ainda não conseguimos fazer essa recuperação, mas estamos a crescer de uma forma bastante acentuada, o que significa que acreditamos que, em três anos, possamos pelo menos atingir 100 milhões de euros de receitas do turismo para Portugal”, explicou.
Regressando ao comércio internacional, o Japão é atualmente o 32.º maior cliente de Portugal, sendo já cerca de mil as empresas que exportam bens para aquele país asiático. “As nossas exportações de bens para o Japão representam a larga maioria do comércio bilateral entre os dois países”, explicou Ricardo Arroja.
Em sentido inverso, é o 22.º investidor estrangeiro em território português. “O objetivo, naturalmente, é reforçar para que o Japão, em vez de estar ali à volta do 20.º lugar em termos de principal investidor direto estrangeiro em Portugal, possa entrar no top 10”, continuou.
Sublinhando que, entre os propósitos da AICEP, está a “diversificação da matriz de internacionalização da economia portuguesa”, Ricardo Arroja entende que existem condições para aumentar a presença portuguesa na Ásia, “em particular em mercados de elevado poder de compra, de elevada capacidade tecnológica”, que podem identificar em Portugal “capacidades para desenvolver projetos nos mais diversos domínios da ciência e da tecnologia”.
No decorrer da Expo, a AICEP vai organizar quatro seminários económicos, em Tóquio, dedicados à Mobilidade (22 de maio), Ciências da Vida (1 de julho), Defesa (8 de julho) e Economia Azul (24 de setembro), além de uma missão de startups, organizada com a Startup Portugal, que passará por Tóquio (18 de junho), Nagoya (19 de junho) e Osaka (20 de junho).
A partir do próximo domingo, dia 13 de abril, Portugal faz-se representar na Expo 2025 em Osaka, no Japão, através de várias iniciativas económicas e culturais “que visam aproximar os dois países”.
“A exposição de Osaka é, desde logo, uma oportunidade para reforçarmos a nossa notoriedade junto do público japonês”, diz Ricardo Arroja, na mesma apresentação à imprensa.
“Portugal, hoje em dia, tem condições ímpares para se estabelecer como uma base que combina o tradicional com o moderno.”
O pavilhão de Portugal, obra do arquiteto japonês Kengo Kuma, teve um investimento de 13,6 milhões de euros e estende-se por quase 1.850 metros quadrados, partilhando espaço com outros 160 pavilhões na ilha artificial de Yumeshima, na baía de Osaka. As 10 mil cordas suspensas que o estruturam, fabricadas com materiais reciclados, apresentam ao público o lema da participação portuguesa: “Oceano, Diálogo Azul”.
“Portugal é hoje um bastião entre os países ocidentais em matérias de proteção ambiental terrestre. Há dias, foi anunciada a proibição da mineração aquática. Temos, precisamente, no nosso país uma magnífica fusão que eu chamaria de uma fusão virtuosa entre a defesa da natureza, da biodiversidade e os modelos de desenvolvimento económico que o país pretende prosseguir”, comentou.
A exposição de Osaka está intrinsecamente associada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, nomeadamente ao 7.º – Garantir o acesso universal a energia renovável e acessível para todos – e ao 14.º – Conservar e usar de forma sustentável os oceanos, mares e recursos marinhos.
A estimativa de visitantes para a Expo Osaka acresce quatro milhões de euros aos 24 milhões registados na Expo 2020 no Dubai. Segundo Joana Gaspar, administradora da AICEP, o Pavilhão de Portugal deverá receber 1,2 milhões de euros, com uma estimativa de visitas diárias entre sete e nove mil.
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