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Portugal quer produzir 25 mil toneladas de peixe em aquacultura em 2030

Ministro Ricardo Serrão Santos sublinhou que o setor conta com financiamento comunitário, através do programa Mar 2020 e do Fundo Azul, e destacou a sua relevância no futuro da alimentação da população mundial.
7 Outubro 2021, 19h38

A produção de peixe em aquacultura em Portugal deverá atingir 25 mil toneladas por ano a partir de 2030 e o contributo do setor do pescado no total das exportações será de 7%, indicou esta quinta-feira o ministro do Mar.

“Neste momento, produzimos 14.000 toneladas de pescado em aquacultura. O nosso objetivo é chegar às 25.000 toneladas em 2030, em termos perfeitamente realistas”, disse Ricardo Serrão Santos, realçando que a projeção é feita com base “no crescimento que está a acontecer”.

O ministro do Mar presidiu hoje à sessão de encerramento da conferência anual da Sociedade Europeia de Aquicultura, considerado o maior encontro científico e técnico do sector, que decorre no Funchal e conta com 1.200 participantes.

De acordo com o governante, entre 2013 e 2018, a produção de peixe e moluscos em aquacultura em Portugal cresceu 41% e as vendas aumentaram 124%, sendo que em 2019 excedeu as 14.000 toneladas (mais 2,5% do que em 2018) e o volume de negócios foi de 118,5 milhões de euros (mais 24% do que no ano anterior).

Ricardo Serrão Santos sublinhou que o setor conta com financiamento comunitário, através do programa Mar 2020 e do Fundo Azul, e destacou a sua relevância no futuro da alimentação da população mundial.

“A investigação que temos é de ponta, a tecnologia está matura e continua a desenvolver-se”, disse, vincando a necessidade de incentivar a ligação entre a ciência e indústria, a academia e os empreendedores, para garantir a continuidade da produção de “alimentos saudáveis com base nos oceanos”.

O ministro do Mar considera que a aquacultura é um processo em expansão e irreversível, embora reconheça que, no século passado, o setor teve um impacto negativo no ambiente marinho, devido à utilização de antibióticos e nutrientes que contaminaram as águas.

“Mas agora vamos ter a aquacultura como uma via de desenvolvimento e de grande futuro na economia do mar e das populações”, afirmou, destacando também o potencial da Madeira, onde produção já atingiu as 1.200 toneladas por ano, com um volume de negócios de 6 milhões de euros.

A conferência da Sociedade Europeia de Aquicultura, cujos trabalhos ainda decorrem, contou com a apresentação de 855 comunicações científicas, entre segunda-feira e hoje, sendo que a iniciativa teve apoio do Governo da República, do Governo Regional da Madeira, da Associação de Promoção da Madeira e da ARDITI — Agência Regional para o Desenvolvimento da Investigação, Tecnologia e Inovação.

Associada à conferência, realizou-se uma feira industrial em que participaram cerca de 100 empresas e outras instituições ligadas ao setor.

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