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Portugal Smart Cities Summit: entidades públicas devem estar na linha da frente da transição digital

Debate sobre a “‘Digitalização Sustentável da Sociedade – Que Futuro?” destacou a importância das entidades públicas criarem as “condições estruturais” para que a comunidade se possa posicionar de “forma competitiva” na transição digital.
16 Novembro 2021, 12h50

As entidades públicas devem ser promotoras das cidades inteligentes e estar na linha da frente da transição digital, defenderam os participantes no painel sobre ‘Digitalização Sustentável da Sociedade – Que Futuro?’, integrado na Portugal Smart Cities Summit 2021, que se iniciou esta terça-feira, 16 de novembro, em Lisboa.

Este debate do primeiro dia da Portugal Smart Cities Summit 2021, que tem o “Jornal Económico” como media partner, contou com a presença de Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, no concelho de Lisboa; Ricardo Gonçalves, em representação do presidente da Câmara Municipal do Fundão; Fátima Madureira, presidente da Agência da Modernização Administrativa; e Luís Neves, CEO da Global Enabling Sustainability Ínitiative (GeSI).

Ricardo Gonçalves defendeu que compete às entidades públicas criar as “condições estruturais” para que a comunidade se possa posicionar de “forma competitiva” na transição digital. O autarca acrescentou que, no caso do Fundão, têm sido feitas iniciativas, numa perspetiva “participada e colaborativa”, entre elas a aprendizagem da programação informática para crianças a partir dos seis anos.

Também Luís Newton considerou o maior envolvimento das autarquias com a sociedade como um desafio, assim como o aumento de eficácia dos serviços. “Não há cidades inteligentes sem serviços inteligentes”, disse.

Acrescentou, também, que os serviços têm não só recolher das populações as suas “principais ansiedades, objetivos, e até as suas frustrações”, mas também “implementar as respostas que as populações anseiam”.

Luís Newton defendeu que cabe aos serviços públicos ter uma estrutura que permita dar “resposta organizacional e de organização do território” e deu o exemplo da Junta de Freguesia da Estrela, onde procurou “descomplicar os processos internos” e ter a “capacidade de implementar soluções para ligar a comunidade” e ser capaz “de projetar os serviços no território”.

Digitalização continua a acelerar

O Estado tem sido uma entidade essencial para desenvolver os processos de digitalização, especialmente num contexto de aceleração provocado pela pandemia de Covid-19.

Segundo a presidente da Agência da Modernização AdministrativaFátima Madureira, a resposta tem sido no sentido de “dar acesso digital para todos”, mas mantendo o atendimento presencial, apontando como indispensável assegurar que as pessoas que não sabem lidar com a tecnologia “tenham também acesso aos serviços do Estado”.

Fátima MadureiraDestacou a Loja do Cidadão, que considerou ser uma “evolução importante”, também como um “instrumento de proximidade” com o cidadão que tenta dar resposta à questão da literacia digital. “Temos também o Espaço Cidadão que é uma tentativa de ajudar as pessoas que não conseguem resolver as coisas digitalmente. Já temos 800 Espaço Cidadão, o que está acima das nossas expetativas”, acrescentou.

Os processos de digitalização poderão conhecer uma nova aceleração com a quinta geração de comunicações móveis (5G), que Luís Neves vê como um “game changer”, que vai permitir ligar todos os sectores de atividade e gerar mais inovação e dinâmicas diferentes.

Para o CEO da GeSI, o 5G é uma tecnologia que é importante para as smart cities, que, na sua opinião, não existem em Portugal. “Está muito longe [de ter cidades inteligentes]”, disse.

“A tecnologia tem de estar ao serviço da sociedade. Nem todos têm acesso à tecnologia. Isso requer investimento e decisão dos poderes políticos”, afirmou, acrescentando que o país “está no caminho certo, mas temos de dar acesso tecnológico às pessoas”.

A Portugal Smart Cities Summit iniciou-se esta terça-feira, 16 de novembro, no Pavilhão 2 da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações, com 12 sessões de debates e a participação de 72 diferentes oradores, de acordo com a organização, da responsabilidade da Fundação AIP.

O evento, que decorrerá até 18 de novembro, quinta-feira, conta com o Jornal Económico como media partner e está aberto à presença de público mediante inscrição prévia online, em portugalsmartcities.fil.pt.

As sessões de debate serão transmitidas através da plataforma JE TV, através do site (www.jornaleconomico.pt) e das redes sociais do Jornal Económico.

 

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