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Portugal tem capacidade para administrar 70 mil vacinas por dia. Objetivo é chegar às 100 mil

Segundo o coordenador, é necessário estender essa capacidade em 100 mil vacinas por dia num prazo relativamente curto através de postos de vacinação rápidos e às farmácias comunitárias.
António Cotrim/Lusa
24 Fevereiro 2021, 11h33

Segundo a calendarização do Infarmed, datada até 19 de fevereiro, Portugal deverá receber no primeiro trimestre 2,4 milhões de doses, 9 milhões de doses no segundo trimestre, 14,8 milhões de doses no terceiro e 9,5 milhões no último semestre do ano.

O coordenador da ‘task force’, afirmou quarta-feira, numa audição no Parlamento que se a calendarização “se concretizar, e é um “se” muito grande) a imunidade de grupo será atingida no inicio de agosto, de acordo com os nossos cálculos”.

Na sua intervenção na Comissão eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social, esta quarta-feira, Gouveia e Melo reconheceu que os centros de saúde dos cuidados primários estão  fazer um conjunto de funções elevadas, nomeadamente os inquéritos e as consultas de saúde de doentes não-Covid.

O valor mais confortável para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) seria vacinar 50 mil vacinas por dia, mas em situação de pressão pode-se alocar 30% dos enfermeiros nos centros de saúde para a vacinação — percentagem que pode chegar a 60% em picos — para aumentar a capacidade de vacinação.

“A questão é mais de preparar alternativas ao processo normal de saúde”, disse. Se o processo de saúde normal consegue vacinar, de grosso modo e em esforço, manter uma média de 70 mil pessoas por dia temos que encontrar outras formas de o fazer”, disse.

Para isto existem duas formas: “manter os centros de saúde a funcionar como estão e encontrar outros enfermeiros para fazer processos de vacinação rápida”; ou “encontrar outros enfermeiros no sistema” para fazer os processos de vacinação rápida ou, até mesmo, desviar parte desses enfermeiros nos centros de saúde e metê-los nos centros de vacinação rápida, onde a capacidade de vacinação é maior”.

Um posto de vacinação rápido, segundo os testes da Direção-Geral de Saúde (DGS), liderado pelas forças militares consegue vacinar 25 pessoas por hora. “Trata-se de uma diferença muito grande, de um enfermeiro fazer seis pessoas por hora ou 25 pessoas por hora”, comparou.

Além do desvio de enfermeiros, o coordenador da task force adianta que que, se não for possível atingir a escala de vacinação que se pretende com os profissionais de saúde que já estão no sistema, “será necessário contratar mais”.

No entanto, segundo o Gouveia e Melo, é necessário estender essa capacidade em 100 mil vacinas por dia num prazo relativamente curto, o que se espera ser possível a partir de abril, se se cumprirem os prazos de entregas. Como? Através de postos de vacinação rápidas, que já estão a ser preparados, e, se for necessário, recorrendo às farmácias comunitárias.

Quanto à iliteracia digital e às dificuldades de contactar os utentes mais idosos, o vice almirante reiterou que o processo de melhoria de contacto com estes utentes está a ser equacionado com as autarquias.

“É um problema. Pedimos que os centros de saúde que conheçam e tenham o contacto das pessoas, são cerca de 950 centros de saúde, fizessem esse trabalho de encontrar, em associação com as autarquias, e trazer essas pessoas idosas  ao processo de vacinação”, acrescentando que aquelas que foi pedido às respetivas Administrações Regionais de Saúde (ARS) que relativamente às pessoas que não se puderem deslocar “que encontrassem metodologias que levassem as vacinas até elas”.

“Isto não só um processo de quantidade, tem que ser um processo de qualidade”, frisou. “Não podemos deixar pessoas para trás”.

 

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