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Portugal tem de caminhar para a autosuficiência em valor

Frutas e legumes mostram caminho para reduzir défice alimentar. Organizações de produtores são fundamentais. “É possível unir forçar para criar valor”.
27 Julho 2025, 22h00

José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Mar, salientou a importância da segurança alimentar, investigação e inovação como pilares fundamentais rumo a uma maior autonomia da União Europeia. E, relativamente a Portugal, em relação à diminuição do défice alimentar. “As organizações de produtores têm um papel determinante neste caminho. Estruturas como a Lusomorango mostram-nos que é possível unir forças e produtores para criar mais valor com base na formação, na inovação e na cooperação. São os próprios agricultores que decidem, investem, crescem juntos”, afirmou, no encerramento do VII colóquio horto frutícola, promovido pela Lusomorango, com apoio do JE.

Os números não deixam margem para dúvidas. Em 2024, as exportações de frutas e legumes atingiram o valor de 2,5 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 7,5% face ao ano anterior. Os pequenos frutos foram o segmento que mais cresceu (18%), passando de 294 milhões para 348 milhões.

Pouco antes, Álvaro Mendonça e Moura, presidente da CAP, afirmara que a agricultura é o garante do abastecimento alimentar, o que a coloca numa situação muito singular nas atividades económicas, assim como a produção florestal. “Temos assistido a uma evolução muito positiva entre 2009 e 2019 e até à Covid. Cerca de 75% das explorações agrícolas são especializadas, houve aumento na contratação de serviços e diminuição da mão-de-obra familiar”. Mas há desafios, como a mão-de-obra: “Se queremos crescer, precisamos de imigrantes. Para reter os melhores, devem ter a família com eles”. Para o presidente da CAP, no futuro “temos que caminhar para uma autosuficiência em valor, ou seja, aumentar o valor acrescentado destas atividades”.

Em São Teotónio, concelho de Odemira, “onde o solo é fértil, mas os desafios também, Roberto Grilo, vice-presidente da CCDR (Comissão de Coordenação Regional do Alentejo), autor destas palavras, destacou o papel central dos produtores no processo e a exigência de novas atitudes, proclamando: “o tempo da agricultura como apêndice da política económica acabou. Hoje, a agricultura é política pública central”. Já Hélder Guerreiro, presidente do Município de Odemira,” salientou a paz social que se vive na região, o caminho percorrido nas questões da água, fundamental para garantir a agricultura, e o papel das empresas – “encontraram a forma de continuarem a produzir e a criar riqueza, através da inovação e da eficiência”.

A “capacidade de conseguir antecipar” é chave “num mundo interdependente que para funcionar bem tem que assentar na segurança entre os estados, que está beliscada”, afirmou Susana Pombo, diretora-geral da DGAV (Direção-geral da Alimentação e Veterinária) e presidente do conselho da Organização Mundial de Saúde Animal.

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