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Portugal tem uma almofada financeira “suficientemente robusta” para se proteger do Brexit

Cristina Casalinho a presidente do IGCP, garante que Portugal tem uma almofada financeira “suficientemente robusta” para aguentar o impacto do Brexit.
2 Março 2019, 12h39

Portugal tem uma almofada financeira  “suficientemente robusta” para aguentar o impacto do Brexit. A garantia é dada por Cristina Casalinho a presidente do IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa.

“No caso português, não achámos que fosse necessário. A almofada [financeira] nestes meses é suficientemente robusta para não haver necessidade de uma aceleração do pré-financiamento”, disse Cristina Casalinho em entrevista à rádio TSF este sábado, 2 de março, quando questionada se Portugal deveria aumentar o seu financiamento devido à saída do Reino Unido da União Europeia.

A presidente da agência que gere as emissões de dívida pública portuguesa realça que Portugal teria agora de se reforçar nos mercados devido ao Brexit, caso esse trabalho não estivesse já feito.

“Haveria [a necessidade de ir buscar financiamento]. Vimos o que aconteceu com alguns soberanos europeus, em que a execução dos programas de financiamento foi acelerada. O caso mais notável é o belga, que normalmente faz duas emissões grandes espaçadas, e acabou por fazer duas emissões grandes no mesmo mês, o que é um facto inédito. Há países que aceleraram, não foi o nosso caso”, afirmou aos microfones da rádio TSF.

A responsável evita alarmismos sobre as eventuais consequências negativas para Portugal, na emissão de dívida, no caso de um Brexit sem acordo, ou seja, se o Reino Unido sair da União Europeia sem um quadro-legal definido para assegurar a continuidade e estabilidade económica e financeira do país.

“O que está previsto é que as emissões estejam asseguradas. Do universo de bancos que são os nossos distribuidores de dívida, dos 18 que Portugal tem, apenas seis serão afetados pelo Brexit. É verdade que são significativos. Dos seis, quatro fazem parte do top 10. Todos eles têm planos de contingência, entidades licenciadas no espaço europeu, portanto, todos eles asseguraram capacidade de proporcionar os serviços. O que acontece em termos europeus. Isto de alguma forma está assegurado”, disse Cristina Casalinho.

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