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Portuguesa Aptoide conseguiu 400 investidores e 200 mil dólares em ICO

A empresa, que é a terceira maior loja de aplicações do mundo, lançou o negócio na Web Summit e tornou-se a primeira app store a realizar um ICO. A fase de pré-venda continua até 20 de novembro.
13 Novembro 2017, 17h27

A startup portuguesa Aptoide conseguiu angariar mais de 400 investidores e 200 mil dólares, desde que lançou a Initial Coin Offering (ICO), durante a Web Summit. O co-fundador e CEO da app store, Paulo Trezentos, faz um balanço positivo da iniciativa, mas explica que a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) quis classificar o processo.

“Propositadamente, lançámos o ICO só para a comunidade Aptoide e para a comunidade Android, que é um ciclo muito fechado, mas mesmo assim conseguimos mais de 400 investidores, representando acima de 200 mil dólares”, explicou o CEO, em declarações ao Jornal Económico, à margem da Blockspot Conference.

“Ficou muito acima das nossas expetativas. Claro que prevalece a dúvida de como será para a comunidade em geral, mas até ao momento tem sido muito positivo”, referiu.

Com mais de 200 milhões de utilizadores, a Aptoide anunciou o plano para lançar o ICO e prevê arrecadar entre 2,5 milhões e 28 milhões de dólares em fundos. Através da AppCoins, a Aptoide torna-se a primeira loja de aplicações do mundo baseada em tecnologia blockchain, através da plataforma Ethereum, a realizar um ICO.

Na fase de pré-venda, a startup disponibilizou 12% do capital de tokens da AppCoins aos investidores. A utilização desta nova moeda será um protocolo aberto que qualquer app store poderá adotar e que promete melhorar de forma significativa a oferta de valor para o utilizador e para o programador da app.

“Este pre-sale fechado vai continuar até 20 de novembro. Haverá depois uma fase aberta. As datas não estão ainda 100% fechadas, mas será em dezembro”, explicou Paulo Trezentos.

Desde 2013, os ICO são ferramentas frequentemente usadas para financiar o desenvolvimento de novas criptomoedas, fornecendo o capital para que este tipo de projeto seja uma realidade. No entanto, ainda são pouco comuns em Portugal e a CMVM chamou a empresa para falar sobre questionar o enquadramento do processo.

“Foi uma reunião muito positiva em que a CMVM quis não só obter a nossa opinião sobre o atual enquadramento, mas também passar-nos algumas informações que são úteis para que possamos informar os pequenos investidores de forma mais rica”, acrescentou.

Para o CEO da Aptoide, os ICO são não só uma forma de financiamento, mas também uma forma de “modelar as transações de negócio”. “O nosso negócio – uma loja de aplicações – tem transações, como por exemplo compras dentro da loja, de apps, de publicidade… E essas transações feitas com uma moeda inteligente permite lançar novos modelos de negócio e novas parcerias”.

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