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Portuguesas Talkdesk e ISQ são casos de sucesso em inovação e desenvolvimento

As duas empresas nacionais, com idades bem distintas, têm aplicado ‘fora de casa’ o investimento interno que fazem em I&D.
24 Agosto 2019, 11h00

Com apenas oito anos, a Talkdesk não só abriu um laboratório de inovação em Coimbra e, mais recentemente, em Aveiro, como criou um fundo com o equivalente a 8,8 milhões de euros. O terceiro unicórnio português, com sede em São Francisco, está a seguir uma tendência das startups internacionais que é a de partilhar conhecimento e dar mais recursos ao ecossistema, a partir das suas próprias rondas de investimento.

“A aposta na inovação é uma constante na Talkdesk. É a nossa essência, aquilo que nos diferencia e nos permite estar na vanguarda do setor. Investimos, por isso, de forma muito significativa com o intuito de criar novas soluções e produtos inovadores e, deste modo, continuarmos a liderar o caminho, construindo o futuro dos contact centers e marcando as tendências no que ao domínio da experiência do consumidor diz respeito”, disse ao Jornal Económico Fernanda Machado, Innovation Manager da Talkdesk. Fernanda Machado adiantou ainda que tecnológica liderada por Tiago Paiva conta com mais de 350 colaboradores exclusivamente dedicados à investigação, inovação e desenvolvimento e prevê que, até ao final de 2019, estejam cerca de 500 afetos a estas atividades.

No último ano, a empresa de software para contact centers lançou no mercado mais de 600 funcionalidades, entre as quais soluções de contexto, ‘roteamento’ [routing – seguimento das chamadas], relatórios e análise de dados para, por exemplo, recolher informação sobre o histórico da pessoa que está a contactar a empresa e dar essa informação ao agente. Entre os projetos nos quais investiram estão o Talkdesk Workforce Management e o Agent Assist.

Mais maduro em I&D está o grupo de engenharia, certificação e consultoria ISQ. Ainda a Talkdesk não era nascida e já esta empresa cinquentenária investia na área, em meados de 1977. Ao longo dos últimos anos, o ISQ participou em mais de cinco centenas de projetos internacionais de I&D e inovação reunindo mais de 1.200 parceiros portugueses. A par do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação e da Universidade de Aveiro, o ISQ foi um dos responsáveis pelo lançamento e implementação do “Shift to [Indústria] 4.0”, uma iniciativa que visa diagnosticar a maturidade digital das empresas, identificar boas práticas, estabelecer medidas e dar ferramentas para uma reflexão estratégica sobre esse percurso de transformação.

O ISQ tem provas dadas na promoção da competitividade e da inovação empresarial, inclusive para o Governo. No ano passado, o Ministério da Economia escolheu o grupo para apresentar os resultados do programa Interface, cuja missão é criar uma espécie de trílogo harmonioso entre ciência, tecnologia e economia, que se traduza em mais qualificação para os recursos humanos das organizações e capacidade de internacionalização. Pouco depois, o grupo assinou um protocolo inovador de cooperação cultural, científica e pedagógica entre as universidades e instituições de ensino superior da Eurorregião Galiza-Norte de Portugal. A estratégia também não passou despercebida ao governo de Timor-Leste, que convidou a multinacional para supervisionar a construção do novo aeroporto de Oecusse.

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