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Portugueses confiam mais no Governo do que nos partidos políticos

A conclusão é de Eurobarómetro que revela que, apesar de a taxa de confiança dos portugueses nas instituições políticas estar em queda, quase dois terços dos portugueses afirmam estar satisfeitos com a maneira como a democracia funciona no país.
25 Fevereiro 2019, 13h21

Os portugueses confiam mais no Governo do que nos partidos políticos. A conclusão é de Eurobarómetro divulgado esta segunda-feira pela Comissão Europeia, que mostra que, apesar de a taxa de confiança dos portugueses nas instituições políticas estar em queda, quase dois terços dos portugueses afirmam estar satisfeitos com a maneira como a democracia funciona no país.

O estudo mostra que, em outubro de 2018, 43% dos portugueses afirmavam confiar no governo. A taxa de confiança é superior à de que os portugueses depositam no Parlamento e nos partidos políticos. Apenas 37% dos portugueses confiam na atividade que é desenvolvida pelos deputados na Assembleia da República e 17% confiam nas diferentes forças políticas.

A confiança nestas instituições políticas registou um “recuo considerável” em outubro, entre os 9 e 12 pontos percentuais, depois de ter atingido um pico na primavera de 2018. “Esta evolução contrasta com a considerável estabilidade da média europeia destes indicadores nos últimos anos”, lê-se no documento divulgado pela Comissão Europeia. Ainda assim, a taxa de confiança no Governo é consideravelmente superior à média da União Europeia (UE).

Quase dois terços dos portugueses afirmam ainda estar satisfeitos com a democracia portuguesa. Portugal ocupa o 12.º lugar no ranking de países que mais satisfeitos, acima da média europeia (57%). A liderar o ranking está a Dinamarca (91%), seguida pelo Luxemburgo e Holanda (ambos com 82%), Suécia e Finlândia (ambos com 81%) e Áustria (80%). Do outro lado da tabela, com uma opinião negativa em relação à democracia do país, estão a Grécia (26%), Roménia (34%) e Bulgária (35%).

Ainda assim, regista-se um decréscimo nos níveis de satisfação dos portugueses com a democracia em relação à primavera de 2018 (75%) e ao ano de 2017 (média de 71%). “Esta quebra deve ser, contudo, contrastada com o facto de que foi apenas no outono de 2016 que a proporção de portugueses satisfeitos com o funcionamento da democracia nacional voltou a ser maioritária, após um período de enorme insatisfação durante os anos da crise financeira e intervenção externa”, indica o Eurobarómetro.

Já em relação à UE, 78% dos portugueses têm uma opinião positiva. O sentimento de cidadania europeia é maior entre os homens (83%) do que entre as mulheres (74%), e bastante fraco entre os mais idosos (apenas 49% dos indivíduos com mais de 75 anos afirmam sentir-se europeus, contra 91% dos jovens dos 15 aos 24 anos). Portugal é o sexto país com a maior taxa de confiança na União Europeia (55%), depois da Lituânia (65%), Dinamarca (60%), Suécia (59%), Holanda (57%) e Malta (56%).

Quanto ao futuro do projeto europeu, 67% dos portugueses estão otimistas. O valor fica acima da média europeia, que se fixou nos 58%). A diferença entre otimistas e pessimistas em Portugal (42 pontos percentuais) corresponde ao dobro da diferença média na União Europeia (21 pontos percentuais). Entre os estados-membros, o pessimismo é maior que o otimismo apenas na Grécia.

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