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Portugueses estão a viajar mais para os lugares do costume

Os portugueses escolhem cada vez mais viajar, com Madeira e Açores a manterem-se como destinos de eleição. Enquanto isso, turistas estrangeiros continuam a preferir Portugal, especificamente o Algarve.
19 Agosto 2023, 11h40

Artigo originalmente publicado no caderno NOVO Economia de 12 de agosto, com a edição impressa do Semanário NOVO.

O sector das viagens vai de vento em popa, depois dos últimos destinos turísticos finalmente terem aberto portas ao mundo. Segundo as agências de viagens contactadas pelo NOVO, os portugueses estão a viajar mais.

“Face ao ano passado, os portugueses estão a viajar mais porque o mundo também ‘está maior’. Recordemos que apenas este ano abriram ao Turismo destinos como a Tailândia, Japão e Indonésia, contribuindo para um aumento substancial do volume de reservas comparativamente ao ano anterior”, disse Pedro Quintela, Diretor de Vendas da Agência Abreu.

Segundo Pedro Quintela “os portugueses esqueceram o receio de viajar que alguns ainda sentiam em 2022, devido ao Covid. Agora, em 2023, sabemos que
temos uma maior diversidade de destinos, mas também mais turistas portugueses a viajar”. Em linha com a agência de viagens Abreu, a eDreams revelou que “a procura de viagens em Portugal mantém-se forte em 2023 e, em geral, as perspetivas para o mercado de viagens nacional são muito boas, mostrando que os portugueses continuam a querer viajar”.

Os destinos de eleição têm sido os habituais e os cruzeiros estão oficialmente de volta. “Além das tradicionais ilhas da Madeira e Açores, os destinos de eleição continuam a ser os de praia como Cabo Verde, Porto Santo, Marrocos (Saïdia e Al Hoceima), as ilhas Espanholas e as Caraíbas”, explicou Pedro Quintela.
Já no longo curso, o diretor de Vendas da Agência Abreu apontou as “praias das Maldivas, Seychelles, Bali e Tailândia”.

“Fora do capítulo habitual das praias, os Circuitos pela Europa, Turquia e Marrocos; os Cruzeiros que também voltaram em força; e as Grandes Viagens
que têm preferencialmente como destaque o Egito, Japão, Jordânia e Israel”, descreveu Pedro Quintela.

Do lado da eDreams, é sublinhado que “para a primeira metade do verão (15 junho até 31 julho), Paris, Funchal, Madrid, Barcelona e Ponta Delgada foram os principais destinos de viagem”.

Depois, “de acordo com as reservas que temos para o resto do verão (1 ago-15 set), a tendência parece continuar, apenas com pequenas variações (as cidades são as mesmas, mas a sua ordem muda – Paris, Funchal, Ponta Delgada, Barcelona e Madrid”.

Quanto àquela que tem sido a época alta, as agências divergem ligeiramente nas respostas.

Na agência Abreu “Julho é já, e sem surpresas, o mês com mais viagens concretizadas, embora possamos admitir que agosto venha a superar julho”.

“Os meses que registam um maior volume de reservas foram março – no caso da Agência Abreu pela realização do nosso evento de viagens, Mundo Abreu – e também julho, para quem não antecipa a marcação das suas férias de verão”, apontou Pedro Quintela.

Na eDreams identificaram “que os meses deste ano com mais viagens reservadas até agora foram abril e junho; seguidos de março, maio e julho, com níveis
semelhantes de reservas; e depois agosto – dados que revelam que os portugueses estão cada vez mais a optar por viajar fora da
época alta de verão”.
A agência Abreu antecipa ainda que as perspetivas para “o resto do ano são de manter o crescimento que temos verificado, sustentado por uma procura que se tem apresentado estável ao longo deste período”. “Acreditamos que chegámos ao ano do total regresso à normalidade”.

Enquanto os portugueses escolhem cada vez mais passar as férias fora de Portugal, cidadãos de outros países escolhem Portugal, nomeadamente o Algarve. André Gomes Presidente da Região Turismo Algarve revelou que os números estão próximos do ano de 2019.

“Eu diria que estamos com um crescimento tanto a nível de dormidas, como a nível de proveitos globais relativamente ao ano passado. O que tem saído nas notícias e tem sido veiculado, tem sido um abaixamento naquilo que são as dormidas nomeadamente dos residentes nos últimos dois, três meses. Portanto, em maio foi
uma redução muito ligeira e agora em junho e em julho ela continua em descida”, afirmou André Gomes.

Segundo dados da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) “a taxa de ocupação quarto foi de 82,3%, 1,1pp (pontos percentuais) abaixo da verificada em 2019 e 4,2pp abaixo da registada em julho de 2022”.

No entanto, André Gomes apontou que “as dormidas dos residentes são compensadas felizmente pelas dormidas de turistas vindo de outros mercados que fazem com que no global seja positivo.

“Por exemplo, em relação a 2022 estamos com mais 13,2% de dormidas no total na região. No aspeto das dormidas nós estamos a par de 2019, estamos a falar de uma diferença de nem meio porcento. Portanto, esta mos a par com 2019”, enfatizou.
Neste aspeto, a AHETA aponta que os mercados com maiores subidas foram o irlandês com +5,4pontos percentuais (pp), o britânico, com +3,6pp e Estados Unidos e Canadá com mais 1,0pp.

Se falarmos de proveitos globais, o responsável pelo turismo no Algarve deu nota de que “estamos com cerca de 30% a mais a nível dos proveitos globais do que relativamente quer ao ano de 22, quer ao ano de 2019”.

André Gomes explicou que este crescimento tem ocorrido aos poucos, desde os primeiros meses do ano.

“Houve um crescimento que se verificou na época baixa, ou seja, nos primeiros cinco meses do ano e que é um reflexo precisamente daquilo que é o trabalho que nós fazemos para termos turismo todo o ano na região do Algarve”, sublinhou.

Chegando à época alta, André Gomes disse que já estão “com ocupação na ordem dos 90%”, sendo este “o melhor período a contribuir para estes números em termos de ocupação, de dormidas e proveitos globais”.

Quanto a expectativas, o presidente do turismo no Algarve apontou que temos “informação por parte dos empresários, por parte das associações representativas do sector que aquilo que são as reservas e marcações ao nível da hotelaria da restauração, os sinais para setembro ou outubro estão a ser muito positivos”.

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