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Poupança: “Os portugueses são criteriosos no momento da compra”

O CEO do KuantoKusta, Paulo Pimenta, traça o perfil do consumidor português: económico, consciente e menos impulsivo. Nos próximos anos, antecipa que a digitalização seja a grande tendência.
  • David Paul Morris/Bloomberg
31 Outubro 2018, 20h09

A poupança é um fator determinante para as escolhas de consumo dos portugueses, segundo Paulo Pimenta, CEO do comparador de preços online KuantoKusta. Em declarações ao Jornal Económico no Dia Mundial da Poupança que se celebra esta quarta-feira, o gestor explica como o e-commerce está a alterar as tendências de consumo, o que deverá acentuar-se nos próximos anos.

“Os portugueses, na sua grande maioria, são criteriosos no momento da compra, procurando olhar sempre para a margem de poupança inerente a cada produto”, afirmou Paulo Pimenta.

O CEO do KuantoKusta refere que os portugueses têm como prática a comparação de preços antes da compra, o que significa que o português é um consumidor económico, consciente e menos impulsivo. O perfil é traçado numa altura em que a retoma do consumo tem sido preferida em detrimento da criação de poupanças, levando a que as segundas não cresçam no país.

A taxa de poupança das famílias portuguesas diminuiu para 4,4% do rendimento disponível, no segundo trimestre de 2018, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Em comparação com os primeiros três meses do ano, houve uma quebra de 0,2 pontos percentuais.

A análise do INE sobre o assunto indica que a redução da taxa de poupança deve-se a um aumento do consumo final (0,9%) acima do crescimento do rendimento disponível (0,7%) pela subida dos salários.

Além das mudanças de hábitos proporcionadas pela retoma dos rendimentos e do consumo, o consumidor português está também a ser influenciado pela digitalização, que abrange todos os setores, incluindo no comércio.

“O e-commerce está a revolucionar o mercado em Portugal e no mundo, pelo que podemos seguramente contar com uma mudança de paradigma, não necessariamente pelo preço, mas por outros fatores influenciadores da compra, como a diversidade da oferta e a conveniência/conforto”, sublinhou Paulo Pimenta, acrescentando que as tendências de consumo em Portugal sofrerão várias alterações até 2025.

Entre as principais mudanças que espera nos próximos oito anos, o CEO frisa que “os portugueses tendem cada vez mais a comprar online, mas, por outro lado, gastam cada vez menos em cada compra, o que se traduz num valor médio de compra tendencialmente mais reduzido”.

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