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Powell: “Se a inflação contrariar as expectativas e subir de forma preocupante, temos ferramentas”

O presidente da Reserva Federal admitiu esta quarta-feira que “poderemos ver, à medida que a economia reabrir, um disparo no consumo”, pois há “muita poupança nas contas das pessoas, há política monetária e política orçamental”.
10 Fevereiro 2021, 20h45

A Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos admite que a reabertura da economia poderá resultar num aumento do consumo, mas acredita que qualquer resultante subida da inflação não será significativa nem sustentada. Mesmo no caso de os preços contrariarem essa expectativa, a Reserva Federal está pronta a agir e tem na sua posse as ferramentas apropriadas, disse esta quarta-feira Jerome Powell, presidente do banco central.

Num discurso no ‘Economic Club of New York’, Powell recordou que nas últimas três décadas o mundo viveu um período de inflação baixa e estável e que a última década foi caracterizada por “forças deflacionárias globais” e pela dificuldade das economias avançadas em atingir os objetivos de inflação nos 2%.

Powell sublinhou que a própria pandemia criou números da inflação mais baixos no início, devido ao colapso da procura por alguns serviços. Essas “leituras” baixas de março e abril de 2020 vão provavelmente levar a um aumento homólogo nesses meses deste ano, “mas isso não vai significar muito”.

A inflação nos Estados Unidos é um tema que está a ser seguido com crescente atenção pelos mercados. Muitos analistas a salientam que a perspectiva de a vacinação permitir um alívio das medidas de confinamento, o aumento das poupanças das famílias e de rendimento disponível com os estímulos, e ainda um aumento dos preços das commodities, a inflação poderá acelerar mais do que a Reserva Federal projecta. A subida substancial dos preços deverá acontecer mais para o meio do ano, segundo os analistas.

Powell admitiu esta quarta-feira que “poderemos ver, à medida que a economia reabrir, um disparo no consumo”, pois há “muita poupança nas contas das pessoas, há política monetária e política orçamental”.

“Poderemos ver esse aumento no consumo e alguma pressão ascendente nos preços, mas a minha expectativa é que não será nem grande nem sustentada”, explicou.

O chairman da Fed vincou, no entanto, que “claro que se, ao contrário do esperado, as expectativas sobre a inflação subissem de forma preocupante e sustentada, ou se [a inflação real] atingisse esse níveis, temos as ferramentas para lidar com isso e claro que as utilizaremos”.

A inflação nos Estados Unidos registou um ritmo de 1,4% em janeiro, em termos anuais, ligeiramente abaixo dos 1,5% no consenso dos analistas, e igual à subida de preços registada em dezembro, informou esta quarta-feira, o U.S. Bureau of Labor Statistics. Em termos mensais, os preços subiram 0,3%, ficando também uma décima de ponto percentual aquém das expectativas.

 

https://jornaleconomico.pt/noticias/eua-inflacao-de-14-em-janeiro-ficou-abaixo-das-expectativas-e-igual-a-dezembro-699675

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