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PR de Cabo Verde reconhece “algumas dificuldades de integração” dos cabo-verdianos em Portugal

José Maria Neves falava à imprensa antes do encontro que ia ter com cerca de duas centenas de cabo-verdianos no Centro Paroquial da Damaia, freguesia da Amadora, arredores de Lisboa, no quadro dos contactos que está a efetuar com a diáspora do seu país.
2 Junho 2025, 08h32

O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, reconheceu, no domingo, em Lisboa “algumas dificuldades de integração” da comunidade cabo-verdiana radicada em Portugal, mas considera que “há boas práticas e ações muito positivas que permitam uma melhor integração dos cabo-verdianos”.

José Maria Neves falava à imprensa antes do encontro que ia ter com cerca de duas centenas de cabo-verdianos no Centro Paroquial da Damaia, freguesia da Amadora, arredores de Lisboa, no quadro dos contactos que está a efetuar com a diáspora do seu país.

“Nós temos uma vaga emigratória muito forte para Portugal nos últimos meses e a esse nível há algumas dificuldades de integração. Mas, globalmente, nos diferentes municípios de Portugal, e hoje passámos o dia em Oeiras, a integração é muito boa, os problemas de habitação estão a ser gradualmente resolvidos. Também de inserção profissional, porque há formação, há apoio à educação, ao ensino superior e as comunidades estão muito bem integradas”, afirmou.

José Maria Neves conclui que “há boas práticas e ações muito positivas que permitam uma melhor integração dos cabo-verdianos” em Portugal.

Quanto ao que iria transmitir aos que o aguardavam no Centro Paroquial, José Maria Neves respondeu que importa refletir sobre as mudanças registadas nos primeiros 50 anos de independência, que se completam no próximo dia 05 de julho e perspetivar o futuro.

“Eu vejo um país com enormes potencialidades, com enormes possibilidades para nos próximos 50 anos termos um Cabo Verde diferente”, vincou, salientando que “o país hoje mudou, é diferente, as pessoas também mudaram. O importante é celebrar esses ganhos, mas perspetivar o futuro. Temos que agora unir a nação global cabo-verdiana para acelerarmos o passo e construir um Cabo Verde moderno, próspero e com oportunidades”.

José Maria Neves destacou a importância de garantir uma maior ligação da diáspora com o país.

“Isto é importante. Temos que conseguir conectar mais a diáspora. Temos grandes competências, grandes capacidades. A diáspora não pode resumir-se às remessas financeiras. Temos as remessas de ideias, de conhecimento, mas também a possibilidade hoje, com as tecnologias informacionais, de pôr essa diáspora ao serviço do país”, defendeu.

“Esta é uma mensagem positiva, de ambição. Cabo Verde já é um país possível, Então, temos de trabalhar para construir um país moderno e próspero, onde todas e todos possam viver com muita dignidade”, acrescentou.

Instado a comentar a fuga de cérebros de Cabo Verde, e antecipando a intervenção que fará segunda-feira em Coimbra, na 36.ª sessão das “Conversas da Casa da Lusofonia”, promovida pela Universidade de Coimbra (UC), José Maria Neves considerou que “os jovens são livres para ficar e livres para sair”.

“A questão é que tem havido uma saída massiva. Com impacto já no tecido empresarial, nas comunidades, no meio académico, no mercado de trabalho. E temos de analisar esse facto”, reconheceu.

Nesse sentido, defendeu a necessidade de criar as condições em Cabo Verde para haver oportunidades.

“Nós crescemos. Cabo Verde já é um país de rendimento médio, mas os salários ainda são baixos, os rendimentos são baixos. Há ainda manchas significativas de pobreza. Há desigualdades, há fortes assimetrias regionais. Então, precisamos, a partir desse fenómeno, analisar os impactos e ver que medidas. Consensualizarmos novas medidas para acelerarmos o processo de modernização do país e criação de oportunidades para que as pessoas trabalhem em Cabo Verde”, destacou.

O Presidente cabo-verdiano desloca-se a Portugal para a terceira presidência na diáspora, de 01 a 06 de junho, para se encontrar com empresários, associações e estudantes para reforçar laços, discutir educação, saúde e mobilidade, depois de ter estado nos Estados Unidos e em São Tomé e Príncipe.

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