Termina às 15 horas desta terça-feira o prazo de subscrição ao empréstimo obrigacionista lançado pela TAP, dona da companhia aérea TAP Air Portugal. A empresa luso-brasileira vai colocar 200 mil obrigações – denominadas “Obrigações TAP 2019-2023” – e pretende angariar 200 milhões de euros, com a maturidade até 2023 e a oferecerem uma rentabilidade de 4,375% por ano. Cada obrigação vale assim um euro.
Com esta emissão de dívida, lançada no dia 3 junho, a TAP pretendia inicialmente levantar 50 milhões de euros. Mas, na passada sexta-feira, dia 14, a empresa detida maioritariamente pela Parpublica, holding do Estado português, e pela Atlantic Gate, do empresário brasileiro, David Neeleman, decidiu aumentar o valor da oferta pública de subscrições para 200 milhões.
Os resultados da oferta serão apurados esta quarta-feira, dia 19, com a estreia dos títulos em mercado no próximo dia 24 de junho.
O chairman da TAP, Miguel Frasquilho, que foi nomeado pelo acionista Estado, disse ao Jornal Económico, no início deste mês, que este empréstimo obrigacionista destina-se a financiar a “atividade corrente, como em qualquer empresa”, e permitirá “alongar a maturidade da nossa dívida, portanto é interessante em termos de gestão de balanço”.
Polémica dos prémios coincidiu com oferta
A operação foi comunicada ao mercado, na Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), dias antes de o estalar da polémica que envolveu a atribuição de prémios a 180 administradores, no valor de 1,171 milhões de euros, relativos ao exercício de 2018.
Sobre estes prémios, o primeiro-ministro, António Costa, disse que “é incompatível com os padrões de sobriedade que devem existir nas empresas em que o Estado participa” durante o debate quinzenal na Assembleia da República, no passado dia 6.
Mais tarde, também o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou sobre a polémica atribuição de prémios e afirmou que “o Estado tem metade do capital da TAP e deve acompanhar atentamente a gestão da TAP”, o que inclui a política de prémios.
Em comunicado divulgado no dia 8 de junho, o conselho de administração da TAP afirmou que se tinha verificado “um mal entendido relativamente à deliberação” sobre a atribuição dos prémios e resolveu criar um ‘comité de recursos humanos‘ para reforçar a estrutura de governo interno da empresa e “melhorar a articulação relativamente a esta matéria”. O ‘comité de recursos humanos’ será presidido pelo presidente da comissão executiva da TAP, Antonoaldo Neves.
No ano passado, a TAP registou prejuízos de 118 milhões de euros, o que compara com os lucros de 21 milhões, registados em 2017.
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