Os grãos de café têm estado em alta nos últimos tempos, causando uma subida no preço do café, o segundo produto mais comercializado em todo o mundo, depois do petróleo. Nova Iorque é uma das cidades que já está a sofrer com esta subida, tendo sido obrigada a importar café de outros países para além da Colômbia, segundo o jornal “Cinco Dias”.
As importações de diferentes países aliviaram alguma da pressão, contudo os estabelecimentos de restauração queixam-se que, de uma semana para a outra, esta matéria-prima ficou 38% mais cara, afetando os stocks de café, que normalmente duram 15 semanas.
Mas não são só os Estados Unidos que são afetados por este aumento. A Europa também tem sido impactada esta escassez de café, tendo agora stocks que só dão para seis semanas de consumo.
Segundo a organização internacional do café (OIC), que representa 93% da produção mundial de café e é composta por 42 países produtores e sete importadores, os preços máximos atingidos na semana passada impulsionaram a espiral de valorização, principalmente devido ao défice de produção e à crescente procura.
De acordo com os cálculos da OIC, a diferença entre a oferta e a procura dos últimos anos permite falar de uma escassez estrutural, uma vez que o consumo em 2022 e 2023 atingiu os 21 mil milhões de quilos de grãos, o que equivale a 350 milhões de sacos de 60 quilos de café.
Outra das razões para a constante subida de preços do café são as dificuldades meteorológicas, os eventos extremos que têm causado danos na produção, o que afeta a oferta deste produto, assim como a constante subida das taxas de juro durante os últimos dois anos. “Tudo isso levou a um aumento sustentado dos preços do café de 57,2% desde outubro de 2023”, comentou Vanusia Nogueira, presidente executiva da OIC, citada pelo jornal espanhol.
No entanto, estas não são as únicas razões, segundo aponta o diretor da associação nacional de exportadores de café da Colômbia, Gustavo Gómez. O declínio das reservas também tem contribuído para este aumento, com o armazenamento do café agora mais caro devido à dinâmica de mercado. “O normal era que os lucros das entregas futuras fossem maiores, o que incentivava a vendê-lo posteriormente por um preço melhor. No mercado invertido, que é o que acontece hoje, armazenar café resulta em prejuízo”, refere Gustavo Gómez.
A Colômbia, o terceiro maior produtor de café, não é o único a sofrer. O Brasil, o principal produtor, também tem sido afetado, assim como o segundo maior, o Vietname, com ambos a registar um défice de cinco milhões de sacos na última época de colheita.
No Velho Continente, apesar de se importar mais do que se exporta, produziu-se mais de 2,3 milhões de toneladas de café no ano passado, sendo Portugal o quinto maior produtor da União Europeia.
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