Apesar das taxas de juro estarem num processo de estabilização, os preços das casas vão continuar a subir em Portugal, pelo menos, até 2026, segundo as projeções apresentadas pela consultora Agenda Urbana esta sexta-feira.
Entre os principais fatores que vão contribuir para este cenário estão a falta de mão-de-obra estimada entre 80 a 90 mil profissionais e a demora na implementação de medidas governamentais, como o programa “Construir Portugal” e o Orçamento de Estado para 2025 (OE2025).
O programa “Construir Portugal”, apresentado a 10 de maio promete reforçar a oferta por meio de medidas como incentivos fiscais, revisões urbanísticas e apoio à habitação acessível.
Por sua vez, o OE2025 prevê um investimento adicional de 2.800 milhões de euros para acelerar a construção ou reabilitação de habitação social, com a meta de alcançar 59 mil fogos até 2030.
De resto, a falta de mão-de-obra é apontada como um dos desafios mais críticos para 2025, apesar dos preços dos materiais estarem numa fase de estabilização.
A crise da oferta de habitação será impactada também pela burocracia e atrasos em programas como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sendo que este ano só 28 mil novas unidades foram licenciadas.
De recordar que entre 2015 e 2023, os preços das casas registaram um aumento de 105,8%, com 2024 a verificar mais uma subida de 11% no valor médio de avaliação bancária nos primeiros 10 meses.
Os estrangeiros foram responsáveis por investir mais de 2.500 milhões de euros no setor imobiliário em 2024, enquanto o saldo migratório positivo ultrapassou as 155 mil pessoas em 2023.
Álvaro Santos, CEO da Agenda Urbana, alerta que o futuro da habitação em Portugal vai depender de uma combinação de fatores. “A sustentabilidade do mercado exigirá a implementação eficaz das políticas de oferta, em particular da oferta de habitação a preços acessíveis. O planeamento urbano inclusivo, aliado a uma gestão eficiente dos recursos públicos e privados, será essencial para criar soluções habitacionais que respondam às necessidades da população”, afirma.
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