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Preços das casas vão continuar a subir pelo menos até 2026

Apesar da estabilização dos juros, a falta de mão-de-obra estimada entre 80 a 90 mil profissionais e a demora na implementação de medidas governamentais vão continuar a ser os principais responsáveis pelo aumento do preço nas habitações.
Casas
13 Dezembro 2024, 12h09

Apesar das taxas de juro estarem num processo de estabilização, os preços das casas vão continuar a subir em Portugal, pelo menos, até 2026, segundo as projeções apresentadas pela consultora Agenda Urbana esta sexta-feira.

Entre os principais fatores que vão contribuir para este cenário estão a falta de mão-de-obra estimada entre 80 a 90 mil profissionais e a demora na implementação de medidas governamentais, como o programa “Construir Portugal” e o Orçamento de Estado para 2025 (OE2025).

O programa “Construir Portugal”, apresentado a 10 de maio promete reforçar a oferta por meio de medidas como incentivos fiscais, revisões urbanísticas e apoio à habitação acessível.

Por sua vez, o OE2025 prevê um investimento adicional de 2.800 milhões de euros para acelerar a construção ou reabilitação de habitação social, com a meta de alcançar 59 mil fogos até 2030.

De resto, a falta de mão-de-obra é apontada como um dos desafios mais críticos para 2025, apesar dos preços dos materiais estarem numa fase de estabilização.

A crise da oferta de habitação será impactada também pela burocracia e atrasos em programas como o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sendo que este ano só 28 mil novas unidades foram licenciadas.

De recordar que entre 2015 e 2023, os preços das casas registaram um aumento de 105,8%, com 2024 a verificar mais uma subida de 11% no valor médio de avaliação bancária nos primeiros 10 meses.

Os estrangeiros foram responsáveis por investir mais de 2.500 milhões de euros no setor imobiliário em 2024, enquanto o saldo migratório positivo ultrapassou as 155 mil pessoas em 2023.

Álvaro Santos, CEO da Agenda Urbana, alerta que o futuro da habitação em Portugal vai depender de uma combinação de fatores. “A sustentabilidade do mercado exigirá a implementação eficaz das políticas de oferta, em particular da oferta de habitação a preços acessíveis. O planeamento urbano inclusivo, aliado a uma gestão eficiente dos recursos públicos e privados, será essencial para criar soluções habitacionais que respondam às necessidades da população”, afirma.

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