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Preços do gás podem começar a descer nos próximos três anos

O passado recente mostra que houve capacidade dos países de recorrerem a outras fontes de fornecimento, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia. Assim, neste momento, começa a haver uma forte oferta deste produto, nomeadamente da Noruega e dos Estados Unidos, o que pode contribuir para a descida dos preços desta matéria-prima nos próximos três anos.
25 Setembro 2024, 14h26

O tempo mais frio aproxima-se e com ele chega um maior consumo de gás. Esta commodity tem vindo a registar ganhos nos últimos tempos, estando a ser negociada por volta dos 2,85 dólares.

Os analistas da XTB referem que, apesar dos preços elevados desta matéria-prima, a “Europa parece estar segura para o início da estação de aquecimento que se aproxima”, salientado que as instalações europeias de armazenamento de gás estão preenchidas a quase 94% da sua capacidade.

Apesar das reservas estarem “quase na sua capacidade total”, estão abaixo dos níveis registados em 2019, 2020 e 2023. Uma diferença que realça que a procura por gás natural desceu face aos anos anteriores. Mesmo assim, o nível de armazenamento está acima da média dos últimos cinco anos, que se situa nos 89%.

A descida na procura por esta matéria-prima destaca a capacidade dos países de recorrerem a outras fontes de fornecimento, na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia, assim, neste momento, começa a haver uma forte oferta deste produto, nomeadamente da Noruega e dos Estados Unidos.

“Caso esta maior oferta de gás natural se mantenha no futuro, os preços poderão ser inferiores a 30 euros por cada mega-watt por hora (MWh) a partir de 2027, de acordo com os contratos de futuros”, referem os analistas da XTB.

Enquanto as notícias para 2027 podem ser positivas, para este ano é esperado que os preços sigam a tendência dos preços atuais, que está nos 36 euros por MWh. “Apesar de este preço representar um dos pontos mais elevados dos últimos tempos, é 10 vezes inferior ao do pico registado em agosto de 2022 e está mesmo abaixo dos preços de entrega para o Japão Coreia e China”, salientam os analistas.

Os analistas sublinham que as alterações aos preços da energia estão associadas às condições climatéricas, sendo que não está previsto um inverno muito rigoroso para a Europa, no entanto, “caso as temperaturas baixem mais do que o esperado, o consumo de gás natural, especialmente no norte da Europa, irá aumentar, levando a aumentos inesperados dos preços”.

Nos Estados Unidos, a situação é diferente, uma vez que durante o verão as temperaturas elevadas levaram a um aumento do consumo de gás, sendo que o ritmo de reconstituição das reservas está a ser o mais lento dos últimos anos, o que pode justificar preços mais elevados do que os atuais.

No entanto, a quantidade de gás que vai ser consumida vai ser determinante para as futuras oscilações de preços desta matéria-prima.

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