Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), alerta que as empresas enfrentam um conjunto de desafios que são preocupantes, nomeadamente a escalada da inflação, subida das taxas de juro mas também a falta de mão de obra, afirmando que é preciso acelerar a execução dos programas de fundos comunitários para apoiar o tecido empresarial.
“Se há coisas que não nos faltam são desafios para as empresas e para o país”, começou por dizer Luís Miguel Ribeiro no Fórum Portugal 2030, promovido esta terça-feira pelo Jornal Económico e pelo Novobanco no Museu Oriente, em Lisboa. Isto num painel focado nos principais desafios e oportunidades para as empresas.
“Temos assistido nos últimos dias a indicadores que nos demonstram que esta preocupação deve ser cada vez maior”, sendo necessário que “cada um assuma o seu papel”, frisou o presidente da AEP, apontando para a evolução dos preços em Portugal. A taxa de inflação homólogo fixou-se nos 8,3% em janeiro, segundo dados do INE.
Nesse sentido, é preciso perceber como será possível responder ao impacto da escalada da inflação, com impacto direto no rendimento disponível dos consumidores, “num país de micro e pequenas empresas em que o consumo privado pesa 62% do PIB”, nota o responsável, apontando também para a componente das exportações. “Temos o maior défice comercial desde que há registo no ano de 2022”, refere, frisando a necessidade de se apostar na indústria e no investimento.
Uma aposta que pode beneficiar da aplicação dos fundos comunitários. Mas a sua execução tem sofrido atrasos. “Temos o PT2030 que ainda não arrancou verdadeiramente. Temos o que falta executar do PT2020”, disse Luís Miguel Ribeiro, alertando que “é preciso sermos mais céleres e aprender com estes anos de execução dos programas comunitários”.
“Devemos aprovar projetos que tenham validade e depois ser rigorosos na fiscalização”, disse, notando que este “é o primeiro grande desafio para dar resposta aos indicadores e desafios”, nomeadamente a “inflação, aumento das taxas de juro e falta de mão de obra”.
“Se há um problema que o país tem e que vai ter muita dificuldade em dar resposta é a falta de mão de obra”, salientou o presidente da AEP, referindo que “há um problema de fixação dos mais jovens”. Para o responsável pela associação que representa as empresas, “sem pessoas não é possível dar resposta a estes grandes desafios”, sendo necessário resolver o problema demográfico “com muito foco e determinação”.
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