O especialista em alterações climáticas Mohan Munasinghe referiu, esta segunda-feira, que a energia nuclear não deve ser excluída da mesa de opções. Na conferência “O Mundo depois das Alterações Climáticas”, o professor defendeu a necessidade de “manter todas as opções em aberto”.
Questionado pela assistência sobre a utilização de energia biodiesel, Mohan Munasinghe explicou a importância de pensar sobre o problema a que os atores pretendem responder. “Se compararmos carros elétricos, a emissão pode ser zero, mas tem que se questionar como é que a eletricidade está a ser produzida. É energia fóssil?”, perguntou aos presentes no encontro.
“Há muitas implicações em prática que precisamos de analisar (…). Mantenhamos todas as opções, mesmo a nuclear”, disse. O especialista voltou a frisar a necessidade de não combinar soluções: “Não apenas uma ou outra, mas a combinação. Os países têm o direito a escolher”.
Em relação ao protesto que reuniu milhares de jovens em Portugal em torno da exigência de combate à crise ambiental, na passada sexta-feira, Mohan Munasinghe confessou estar “esperançoso de que esta geração seja capaz de fazer a diferença, seja capaz de fazer mais do que a anterior”. “A minha resposta está relacionada com a minha experiência pessoal. Nos anos 60 dizíamos: «Alguma coisa tem de mudar». Nos anos 80 e 90, as pessoas começaram a estar mais preocupadas em arranjar empregos. Agora, os millennials querem de novo mudar o sistema”, assegurou o físico.
Mohan Munasinghe era vice-presidente do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas, quando este organismo partilhou o Prémio Nobel da Paz de 2007 com o ex-vice-presidente norte-americano Al Gore. O académico do Sri Lanka é o primeiro convidado do ciclo de encontros do Jornal Económico, do Grupo Bel e da Planetiers, que decorre na forma de um pequeno-almoço, na “Sala Belém” do Hotel Pestana Palace, em Lisboa.
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