O ambiente global do setor de retalho encontra-se em constante transformação, impulsionado pelas mudanças tecnológicas e pelas crescentes expectativas dos consumidores. O ano de 2023 representou um período no qual os retalhistas enfrentaram desafios significativos, desde questões relacionadas à inflação e recessão até ameaças globais aos seus negócios.

Em resposta a estes desafios, adotaram uma abordagem cautelosa em relação aos investimentos de capital, concentrando-se em projetos de alto valor que prometiam lucro ou crescimento futuro. Mesmo assim, ao longo do ano, as perspetivas da IDC indicam que o otimismo foi crescendo, dando sinais de uma retoma ou mesmo aceleração de projetos complexos de grande orçamento para o futuro.

Em resposta à atual situação económica desafiante, os retalhistas procuram agressivamente novos caminhos, apostando na redução da complexidade e eliminando custos desnecessários. Na verdade, os retalhistas já perceberam que os investimentos em tecnologia são necessários para garantir resiliência e agilidade nos anos vindouros. Neste sentido, acredito que existem alguns temas-chave que vão ditar o futuro do retalho com a tecnologia no centro para ajudar a incrementar as vendas e a reduzir os custos.

Mas para tal, os retalhistas precisam de se conectar, apostar na mobilidade e em tecnologias como a Internet das coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA), de forma a transformar os seus negócios rentáveis, seguros, transparentes e fiáveis. Como?

Através de tecnologias com visão computacional, podem prever perdas e criar etiquetas eletrónicas nas prateleiras, o que lhes permite otimizar a economia do ecossistema, antecipando a escassez de mão de obra e reduzindo perdas por furtos nas lojas.

Também a mobilidade e automação impulsionadas pela IA e Machine Learning (ML) podem ajudar a extrair mais valor do atendimento ao cliente e da força de trabalho, aumentando a produtividade e o envolvimento com a comunidade.

E claro, não podemos esquecer as redes sociais, que são excelentes iniciativas de crescimento, que ganham força todos os dias, pois chegam aos consumidores em tempo real, criando um maior envolvimento com este.

Não há dúvida que a otimização das operações se tornou um foco central para os retalhistas que procuram melhorar a eficiência e a experiência do cliente. A interconexão entre sustentabilidade, rastreabilidade e rentabilidade impulsiona investimentos em arquiteturas modernas. À medida que nos aproximamos de 2024, as tendências indicam que a integração de tecnologias como IA, Realidade Aumentada/Virtual (AR/VR) e robótica estão a moldar a forma como os retalhistas abordam a eficiência operacional e a experiência do cliente.

Por isso, até 2027, a IDC prevê-se que 95% dos retalhistas invistam em IA Generativa para aprimorar dados de produtos, suporte e experiência do cliente. Esta abordagem promete uma personalização mais profunda e uma compreensão aprimorada das necessidades do consumidor. E claro, a segurança é uma prioridade para garantir a integridade dos dados e a confiança dos clientes.

À medida que nos movemos em direção a este futuro inovador no setor do retalho, é evidente que a transformação digital é o pilar fundamental para o sucesso. As empresas que abraçam e implementam essas tendências emergentes vão estar na vanguarda da eficiência operacional, proporcionando uma experiência do cliente incomparável e solidificando a sua posição num mercado cada vez mais competitivo. O caminho para 2024 e além é emocionante, repleto de oportunidades para os retalhistas que ousam inovar e abraçar a mudança.