Precisamos de empresas fortes nesta área por isso preparem-se”, destacou o primeiro-ministro na apresentação do projeto de alta velocidade Lisboa – Porto que decorreu esta sexta-feira.
António Costa desafiou as empresas portuguesas a concorrerem ao projeto do TGV na apresentação da linha de alta velocidade esta sexta-feira.
Em causa, nesta primeira fase, está o lançamento do concurso para o troço Porto – Oiã (Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro) da linha de alta velocidade Porto – Lisboa, que ligará as duas cidades numa hora e quinze minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.
“É importante que tenhamos as empresas portuguesas em condições de vencer os concursos até porque não há nenhum país que se modernize sem um forte tecido empresarial na área de construção civil e áreas públicas. Precisamos de empresas fortes nesta área por isso preparem-se”, destacou o primeiro-ministro.
“Foi um longo caminho para poder avançar para este concurso e convém não esquecer que já houve um concurso que foi lançado e cancelado. Desta vez, era importante alcançar um consenso político e foi o que fizemos na AR com uma votação inequívoca e sem votos contra. Essa recomendação mandatou o Governo para que os próximos concursos possam ser lançados a tempo e horas, apesar do Executivo estar em gestão”, realçou o governante.
O chefe de Governo defendeu que “temos que ter um território mais coeso internamente e competitivamente internacionalmente. Este projeto reforça a nossa competitividade externa já que este corredor atlântico é extremamente importante para o desenvolvimento do tecido económico mas também é importante para o reforço da coesão territorial. Que outras ligações de alta velocidade devemos ter no futuro?”.
“Investimos muitos anos na rodovia e ficou muito claro que devíamos investir agora na ferrovia, até porque queremos cumprir as metas de descarbonização. Ferrovia 2020 foi lançado depois de anos de desinvestimento público e agora temos 97% desse plano já executado”, destacou António Costa.
Acabar com viagens de avião entre Lisboa e Porto
O Governo, através de Frederico Francisco, secretário de Estado das Infraestruturas, manifestou o desejo que o projeto de alta velocidade entre Lisboa e Porto possa acabar no futuro com o transporte aéreo entre Lisboa e Porto e que no futuro, deixem de existir viagens de avião dentro do território português.
“Queremos que todos estes projetos permitam acabar com as linhas aéreas Lisboa-Porto e no futuro acabar com as viagens de avião dentro de Portugal. Temos 100 mil viagens por ano entre Lisboa e Porto e um milhão de passageiros que fazem Lisboa-Porto todos os anos e queremos transferi-los para a ferrovia”, destacou o governante no âmbito da apresentação do projeto de alta velocidade.
Destacou Frederico Francisco que “este é o projeto de infraestruturas mais importante em Portugal desta primeira metade do século. É um projeto que está atrasado. O esforço de modernização da linha do Norte falhou e não oferece capacidade de reforçar os serviços. A linha do Norte precisava de uma linha nova ao lado para reduzir substancialmente o tempo de viagem”.