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Presidente da APS: Seguradoras investiram 53,1 mil milhões de euros em 2017

José Galamba de Oliveira falou do peso da indústria como investidor institucional, no Fórum Seguros, organizado pelo Jornal Económico em parceria com a consultora PwC, que decorre esta quinta-feira no Hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa.
  • Cristina Bernardo
28 Junho 2018, 10h23

O setor segurador é fundamental para a economia portuguesa e tornou-se um importante investidor institucional, segundo defendeu o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), José Galamba de Oliveira, no Fórum Seguros, que é organizado pelo Jornal Económico em parceria com a consultora PwC, esta quinta-feira no Hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa.

“É uma indústria com um papel decisivo na economia portuguesa”, afirmou Galamba de Oliveira. Explicou que as seguradoras alocaram, no ano passado, 53,1 mil milhões de euros a ativos de investimento, dizendo que se tornou “o maior investidor institucional” do país.

No ano passado, o setor totalizou 11,6 mil milhões de euros em prémios e 344 milhões de euros de resultados. No entanto, o presidente da APS diz que Portugal tem “prémios per capita baixos” em comparação com os restantes países europeus.

“Em termos de posição financeira, podemos ver que o ativo e passivo varia consoante o negócio, mas a mensagem é que os capitais próprios continuam a ser reforçados. É uma indústria que se capitaliza”, disse Galamba de Oliveira.

Doença ganha destaque e poupança continua a ser um problema

Em termos sectoriais, explicou que “o ramo não vida tem crescido ao longo dos últimos três anos” e que nos primeiros quatro meses de 2018 cresceu 7,6%.

Dentro deste segmento, o setor automóvel mantém-se como o mais importante, mas tem vindo a perder destaque. “A concorrência muito grande tem esmagado preços”, disse. Ainda assim, a produção direta de seguros automóveis cresceu 7,9% nos primeiros quatro meses de 2018.

Em sentido contrário, o segundo mais importante é também o que tem ganho mais destaque. “O seguro de doença não é obrigatório e tem vindo a ganhar importância”, afirmou o presidente da APS. No ano passado, a produção direta subiu 8,3%, para um total de 2,6 milhões de pessoas seguradas, e este ano já soma um aumento de 6,2%. “Tem contribuído para a sociedade porque as pessoas pagam e vêem o retorno imediato”, disse.

Já no ramo vida, José Galamba de Oliveira apontou para as baixas taxas de poupança dos portugueses como um problema, mas explicou que os Planos Poupança Reforma (PPR) têm tido um importante crescimento importante. Em 2017, a produção direta de seguros totalizou os 2,2 mil milhões de euros. Entre janeiro e abril de 2018, subiu 37,3% para 937 milhões de euros.

“O desafio da poupança é um problema nacional e que nos devia levar a todos a pensar. Devia haver um acordo de partidos porque não é um problema político, é técnico”, defendeu Galamba de Oliveira.

“O número de reformados face à população ativa está a aumentar. É necessário estimular os regimes complementares e de pensões. Só se consegue que as pessoas poupem para a poupança se houver  incentivos fiscais, como houve no passado. Grande parte do sucesso dos PPR deveu-se a esses incentivos, que entretanto acabaram. Tem de haver incentivos estáveis, simples e bem divididos pela população”, acrescentou.

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