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Presidente da Câmara de Leiria condena os “inaceitáveis insultos” a deputada do PS

Na quinta-feira, no debate em plenário dedicado à inclusão no ensino superior, motivado por um projeto de lei do PS, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a parlamentar Ana Sofia Antunes, ex-secretária de Estado da Inclusão, de participar nos debates apenas quando estão em cima da mesa temas relacionados com inclusão.
14 Fevereiro 2025, 12h45

O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, classificou, esta sexta-feira, como inaceitáveis os insultos dirigidos na quinta-feira pela bancada do Chega na Assembleia da República à deputada eleita pelo círculo de Leiria Ana Sofia Antunes.

“Os insultos dirigidos pela bancada do Chega à deputada Ana Sofia Antunes, do Partido Socialista, eleita por Leiria, são inaceitáveis e merecem o nosso mais veemente repúdio”, escreveu Gonçalo Lopes na rede social Facebook.

Para o autarca, que é também presidente da Federação Distrital de Leiria do PS, trata-se de “um episódio lamentável que atenta contra os valores fundamentais” da democracia e do respeito que devem “prevalecer entre todos os representantes eleitos”.

“A intolerância e a falta de respeito não têm lugar na nossa sociedade, muito menos na casa da democracia”, adiantou.

Na publicação, Gonçalo Lopes expressou ainda “total solidariedade para com a deputada Ana Sofia Antunes, que é cega, reconhecendo o seu contributo inestimável para a inclusão e igualdade em Portugal”.

“Que este episódio sirva de reflexão para todos nós sobre a importância de cultivar uma cultura de respeito e dignidade nas nossas instituições e na sociedade em geral”, acrescentou.

Na quinta-feira, no debate em plenário dedicado à inclusão no ensino superior, motivado por um projeto de lei do PS, a deputada do Chega Diva Ribeiro acusou a parlamentar Ana Sofia Antunes, ex-secretária de Estado da Inclusão, de participar nos debates apenas quando estão em cima da mesa temas relacionados com inclusão.

A declaração motivou um pedido de defesa da honra da bancada parlamentar do PS, com Marina Gonçalves a acusar Diva Ribeiro de desrespeitar “o trabalho sério” dos deputados socialistas que falam “por igual sobre qualquer tema”, e mereceu críticas de outros partidos.

Joana Mortágua, do BE, relatou ainda “ofensas por parte da bancada parlamentar do Chega” dirigidas a Ana Sofia Antunes quando os microfones estavam desligados, acusação corroborada pelo líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, que considerou inaceitáveis os comentários, “muito mais do que o que se continua a dizer – que é demais e pouco dignificante – com o microfone aberto”.

No mesmo dia, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, sublinhou, na rede social X, que o partido “não vai compactuar com o desrespeito” do Chega, frisando que “o desrespeito não é ao PS, é aos portugueses, ao parlamento e à democracia”.

“Hoje [quinta-feira], assistimos a uma violação clara do estatuto dos deputados, comprometendo o respeito devido à Assembleia da República e aos seus membros”, segundo a página do grupo parlamentar do PS no X, assegurando que o partido “levará esta questão à conferência de líderes, para que esta infração grosseira não passe em branco e tenha as devidas consequências”.

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