O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal defendeu esta quarta-feira que Portugal precisa de combater o défice de competitividade e produtividade e (re)qualificar os seus trabalhadores. António Saraiva reforçou ainda ideia de que, em Portugal, existe uma ausência de uma política fiscal amiga do investimento e propôs que o país se foque noutros mercados para exportar.
“Estamos muito dependentes da Europa, de uma região económica que enfrenta os seus problemas”, alertou, sobre o facto de o bloco europeu representar 75% dos bens e serviços comprados pelo país. “É sensato que olhemos para outras geografias e façamos diversificação das nossas exportações”, aconselhou.
Para o representante dos patrões, há uma série de ameaças externas, que têm implicações no comércio internacional potenciam tensões geográficas. “A Europa quer-nos transmitir dois aspetos: o superficial – onde tudo aparenta estar bem – e o real – ausência de estratégia, desagregação, crise de valores e retrocesso do projeto europeu. O Brexit é a face mais visível desse retrocesso e tem efeitos nas nossas exportações, porque o Reino Unido é o nosso principal mercado de serviços”, afirmou.
Em relação às eleições europeias, António Saraiva referiu que a abstenção é uma “doença que afeta a democracia” e, neste último escrutínio, deu um sinal daquilo que poderá acontecer nas legislativas do próximo mês de outubro. “Os partidos políticos fecharam-se sobre si próprios, fechando-se internamente, deixando de ser os motores da sociedade. É preocupante para a democracia e para Portugal”, criticou.
Sob o tema “Empresas, empresários/gestores e os seus desafios futuros”, o presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal discursa esta quarta-feira no almoço-debate do International Club of Portugal, no Hotel Double Tree by Hilton, em Lisboa.
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