Armindo Monteiro, Presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal foi o entrevistado do programa Conversa Capital – Antena 1 / Jornal de Negócios, na semana em que foi anunciada a venda do Novobanco ao grupo francês BPCE, uma operação que deverá ficar fechada no próximo ano.
O presidente da CIP manifesta surpresa com a venda do Novobanco aos franceses do BPCE e diz que “não era o cenário que estava em cima da mesa”. Armindo Monteiro desconhece a estratégia do BPCE, mas manifesta surpresa pela venda de 100% do capital do Novobanco ao mesmo tempo que defende que a solução deveria ter passado nomeadamente pela Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Armindo Monteiro admite que para a CIP a melhor solução passaria pelo reforço da banca nacional e consequentemente do apoio às empresas nacionais.
Na entrevista, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro diz que não é “indiferente” a solução encontrada porque Portugal e as empresas precisam de uma banca forte.
Ainda assim admite não estar preocupado porque o banco francês tem uma presença forte junto das empresas em França e admite que é melhor diversificar do que consolidar a presença espanhola.
Sobre outros temas, o Presidente da CIP diz que vai avançar novamente, em sede de Orçamento do Estado, com a proposta de pagamento voluntário pelas empresas de um 15º salário isento de IRS e, mesmo com a revisão em baixa do crescimento económico, admite aceitar os 920 de salário mínimo para 2026 se houver um acordo a 4 anos com medidas que permitam fazer crescer a economia.
Adianta que os empresários querem avançar com o sistema complementar de reforma.
Armindo Monteiro diz ainda que não há um excesso de contribuições com a entrada de novos trabalhadores no mercado de trabalho porque também esses vão ter direitos no futuro que não estão a ser contabilizados. O responsável pela confederação assegura que os empresários estão disponíveis para avançar com sistemas complementares de reforma, juntamente com os trabalhadores para garantir a sustentabilidade da segurança social.
Armindo Monteiro lembra também que para a CIP a descida do IRS até é mais importante que o IRC.
Em setembro, a CIP vai apresentar um conjunto de medidas para o Orçamento do Estado de 2026 e inclui novamente a possibilidade de as empresas pagarem um 15º mês, revela na mesma entrevista.
Apesar da economia não estar a crescer como o esperado, Armindo Monteiro adianta que “a CIP continua disponível para aumentar o salário mínimo em 2026 para os 920 euros, desde que haja um compromisso a quatro anos com medidas concretas para que esse crescimento se verifique”.
O Presidente da CIP sublinha que “ainda mais grave do que a revisão em baixa é crescermos abaixo do nosso potencial” e acrescenta: “nós somos os responsáveis por não crescermos mais”.
Em jeito de pedrada no charco, diz que “o clima de incerteza internacional não justifica tudo”. Diz mesmo que “há uma desresponsabilização quando se sobrevalorizam as variáveis que não se controlam”.
Sobre a possibilidade de as propostas passarem na Assembleia da República, Armindo Monteiro lembra que os portugueses deram a vitória a um partido e por isso o que se espera é que esse partido possa formar maiorias com os outros partidos.
Considera que “o partido mais votado tem condições para ter um governo de transformação” e diz mesmo que “seria terrível se não o fizesse”, ou seja, “estar no poder e não ter a coragem de realizar as mudanças essenciais seria um desperdício”.
Na sua opinião a aposta fundamental deve ser o investimento na defesa e adianta que há mesmo empresas que já estão a transformar as suas linhas de montagem para receberem novos investimentos em defesa.
Por outro lado, admite que foi com surpresa que soube do afastamento de Pedro Reis da pasta da Economia. No entanto considera positiva a junção da Economia com a Coesão porque o ministério passa a ter mais poder na hierarquia do Executivo e os instrumentos financeiros necessários para fazer avançar as políticas necessárias.
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