A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não exclui pedir informação ao consórcio de jornalistas que divulgou os 715 mil documentos sobre as ativades da empresária angolana Isabel dos Santos, afirmou este sábado a presidente da instituição, Gabriela Figueiredo Dias, em entrevistas à TSF e ao Dinheiro Vivo.
O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, na sigla original), que junta mais de 100 jornalistas a nivel global, em janeiro divulgou os documentos sobre a alegada atividade fraudulenta de Isabel dos Santos e que envolve o EuroBic em Portugal.
A 23 de janeiro, em conferência de impresa, Figueiredo Dias explicou que a supervisora está desde 20 de janeiro, um dia após a divulgação do Luanda Leaks, a “acompanhar e a atuar” junto do EuroBic dos emitentes NOS e Galp Energia e de várias auditoras, tendo pedido informações e esclarecer a estas entidades,
Questionada este sábado se a CMVM pondera solicitar acesso aos documentos diretamente ao consórcio de jornalista, Gabriela Figueiredo Dias respondeu: “É um erro para a supervisão querer ter informação de mais”.
“O que precisamos é de informação selecionada e relevante para o que fazemos. Porque a melhor forma de garantir que não se chega a nenhum resultado é procurar informação que não é ajustada ao que procuramos, que não sabemos tratar, que não é credível. Portanto há aqui uma questão de foco na identificação de informação que nos é relevante, que é fundamental e para a qual temos até rotinas e métodos instituídos. Que naturalmente podem falhar…” explicou.
“Diria que pedir os 715 mil documentos não seria uma opção razoável. Mas nunca está excluída a possibilidade de nós pedirmos informação segmentada, de nos focarmos e procurarmos essa informação onde existir”, sublinhou.
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