O presidente da CP – Comboios de Portugal deixa um alerta para a necessidade de novas carruagens para os próximos anos. “Dentro de 20 anos toda a frota tem mais de 40 anos e a grande maioria mais de 50 anos. Isto significa que só para manter a oferta atual a CP vai precisar de mais de mil carruagens”, referiu Nuno Freitas durante a conferência ‘Portugal Railway Summit 2021’ que decorre entre os dias 2 e 3 de fevereiro.
O responsável realçou que este é um sector que se planeia a dez anos e que a CP nos próximos 20 anos vai precisar de mais de 250 comboios de 100 metros apenas para manter a oferta que existe atualmente. “Um comboio urbano de 100 metros custa 10 milhões de euros, um comboio de alta velocidade pode custar entre 25 a 35 milhões de euros. Não é por acaso que o material circulante que temos foi construído em Portugal, é precisamente porque nós não temos dinheiro para isto”, frisou.
Nuno Freitas salientou que a empresa está a trabalhar com o Governo na renovação da frota da CP para a aquisição de 117 comboios urbanos e regionais com 36 opção, 55 comboios regionais para substituir comboios antigos. “Estamos também a trabalhar num novo concurso para 12 comboios de alta velocidade com 14 de opção. Estes 12 comboios estamos a trabalhar para chegarem a tempo da nova Linha Porto-Lisboa. Os 14 de opção serão exercidos e sujeitos às infraestruturas que vierem a ser construídas e da expansão da mesma”, acrescentou.
Para o presidente da CP o objetivo principal neste momento é dar 10 anos para a empresa preparar um futuro e permitir que Portugal possa ter oportunidade de preparar um futuro para o sector ferroviário, falando também do material circulante recuperado nos últimos 18 meses.
“Foram 11 carruagens convencionais, três locomotivas diesel sete locomotivas elétricas e cinco unidades múltiplas elétricas quádruplas, num investimento de 6,5 milhões de euros”, salientou.
Um investimento que foi comprado por apenas 10% do valor que poderiam custar atualmente. “Estes veículos se fossem comprados novos hoje, mesmo levando em consideração a sua antiguidade, custariam à CP entre 70 a 80 milhões de euros. Não há comboios velhos, há comboios mal mantidos e bem mantidos. Um comboio se for bem mantido é capaz de cumprir a sua função durante muitos anos”, sublinhou.
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