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Presidente da Nigéria garantiu a Portugal que vai “fazer tudo” para cumprir contratos de gás natural (com áudio)

Marcelo Rebelo de Sousa revelou hoje as diligências feitas por Portugal junto do Governo de Abuja.
19 Outubro 2022, 18h33

O Presidente da República disse hoje que o Governo português já obteve garantias por parte da Nigéria de que o país vai tentar cumprir os contratos de fornecimento de gás natural.

“A Nigéria tem sido um cumpridor zeloso, como tenciona ser e recuperar as entregas que, entretanto, se tinham atrasado, e a preocupação é se isso poderá acontecer ou não, uma vez que tem um peso muito grande no fornecimento de gás a Portugal”, começou por dizer hoje Marcelo Rebelo de Sousa durante uma visita oficial à República da Irlanda, em imagens transmitidas pela “RTP3”.

O Presidente considera que o problema do fornecimento de gás “está parcialmente ultrapassado”, isto porque o “Governo português tem feito várias diligencias que tiveram uma reação muito positiva dos responsáveis, a começar pelo presidente nigeriano [Muhammadu Buhari], no sentido que até ao fim do ano [vai] tudo fazer para ultrapassar o que aconteceu relativamente a alguns fornecimentos no passado recente. Eu diria que a preocupação neste momento já tem um começo de resposta que é positivo”.

A Nigéria é o maior fornecedor de gás natural a Portugal e a Galp (que tem assinados contratos de gás com o país africano) anunciou na segunda-feira que o abastecimento estava em risco.

A energética portuguesa anunciou na noite de segunda-feira que a Nigeria LNG Limited, o seu maior fornecedor de gás natural, informou que, por motivos de força maior (cheias na Nigéria), a produção e abastecimento de gás natural liquefeito tinha sofrido uma “redução substancial”.

“Neste momento, nenhuma informação foi providenciada que apoie uma avaliação de impactos potenciais deste evento, que pode, contudo, resultar em cortes adicionais ao abastecimento da Galp”, segundo o comunicado da Galp.

Na manhã de terça-feira chegou novo comunicado da companhia, apontando que “está a monitorizar os desenvolvimentos na Nigéria” e que “não é claro neste momento quando é que as operações locais serão restauradas ou se os impactos deste evento poderão resultar em ruturas adicionais de abastecimento para Galp”.

Depois de a Galp ter divulgado o corte no fornecimento na noite de segunda-feira, o ministério do Ambiente reagiu garantindo que não existem indícios de que possam existir cortes de gás na Nigéria.

A tutela informou que “não existe neste momento qualquer confirmação de redução nas entregas de gás da Nigéria. Mesmo que tal acontecesse, não há escassez no mercado”.

O ministério de Duarte Cordeiro deixou várias críticas à Galp. “Qualquer informação alarmista é desadequada, ainda mais em tempos de incerteza global”.

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