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Presidente de Angola não confirma saída da Sonangol da Galp e BCP

A petrolífera angolana detém uma participação de 19,5% no banco português. Na energética, a Sonangol intervém de forma indireta por via de uma parceria com Isabel dos Santos e o grupo Amorim.
  • Millennium Bcp
24 Novembro 2018, 13h21

O Presidente de Angola não confirma a saída da Sonangol do capital social do BCP. Em conferência de imprensa, em Lisboa, João Lourenço contou este sábado que foi abordado no Porto por um empresário de um banco (sem o identificar) e que lhe disse para ficar “descansado”.

Os meios de comunicação social presentes questionaram o governante sobre as declarações proferidas ao “Expresso”, onde admitiu que a Sonangol poderia deixar de ter participações em empresas que não fizessem parte do seu ‘core business‘. João Lourenço quis clarificar as respostas e disse que nunca falou na venda de participações em negócios exclusivamente portugueses. “Nós falamos no geral”, afirmou aos jornalistas, citado pelo jornal online “Observador”.

O chefe de Estado de Angola falava em conferência de imprensa, em Lisboa, no encerramento da visita de três dias que realizou a Portugal, sobre a venda de vários ativos da Sonangol, tendo referido – sem mencionar nomes – que recebeu na sexta-feira, em reunião privada, os responsáveis de um banco português, avança a Lusa.

“Mas já agora posso dizer que há uma empresa portuguesa que me procurou ontem [sexta-feira], muito preocupada, para saber se a Sonangol ia sair ou não. Em princípio, nós sossegamos essa empresa, para dormir descansada”, disse João Lourenço citado pela Lusa.

“Estou a referir-me a um banco”, acrescentou o chefe de Estado, sendo que em Portugal a Sonangol tem apenas participações diretas e indiretas no Millennium BCP (onde detém uma posição de 19,49% do capital social, segundo a informação disponível no ‘site’ do banco datada de 30 de junho) e na Galp.

A petrolífera angolana detém uma participação de 19,5% no banco português. Na energética, a Sonangol intervém de forma indireta por via de uma parceria com Isabel dos Santos e o grupo Amorim.

Após a entrevista ao semanário do grupo Impresa, o mercado das fusões e aquisições começou a agitar-se. Na edição desta sexta-feira, o Jornal Económico noticiou que, da lista de participações que o governo angolano quereria vender, aquela que mais interesse tem despoletado é a participação na Galp Energia. Os chineses da Sinopec estão na corrida.

Fonte da banca de investimento admitiu ao jornal de economia que já estava a receber telefonemas de grande bancos internacionais, especialistas em fusões e aquisições, à procura de escritórios de advogados com relações privilegiadas com o Estado angolano. Os bancos estão já a reunir interessados que irão levar à Sonangol para que a petrolífera angolana venda a sua participação na elétrica nacional.

(Atualiza com a declaração de João Lourenço citada pela Lusa)

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