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Presidente de Moçambique pede união e fim da destruição de infraestruturas nos protestos

“Nós queremos alargar depois este debate para todos os estratos sociais (…), toda a sociedade moçambicana vai estar neste debate relacionado com reformas (…). É falando que a gente se entende”, declarou à comunicação social Daniel Chapo, à margem da reunião do Comité Central da Frelimo, que decorre hoje na Matola, nos arredores da capital moçambicana.
14 Fevereiro 2025, 08h42

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, reiterou, esta sexta-feira, que o diálogo para o fim da crise pós-eleitoral vai ser alargado, apelando à união e condenando a destruição de infraestruturas nos protestos que afetam o país.

“Nós queremos alargar depois este debate para todos os estratos sociais (…), toda a sociedade moçambicana vai estar neste debate relacionado com reformas (…). É falando que a gente se entende”, declarou à comunicação social Daniel Chapo, à margem da reunião do Comité Central da Frelimo, que decorre hoje na Matola, nos arredores da capital moçambicana.

O Presidente moçambicano está em diálogo com partidos políticos para discutir reformas estatais, incluindo a alteração da lei eleitoral e da Constituição, iniciado pelo anterior Presidente, Filipe Nyusi, face à crise pós-eleitoral no país.

Em janeiro, Chapo anunciou consensos sobre termos de referência para discutir reformas estatais, incluindo alterações à lei eleitoral, após um encontro com quatro líderes de forças partidárias.

A reunião não contou com a presença de Venâncio Mondlane, o segundo mais votado de acordo com o Conselho Constitucional e que lidera a pior contestação aos resultados que o país conheceu desde as primeiras eleições, em 1994.

Daniel Chapo criticou a destruição de infraestruturas durante os protestos no país, defendendo a união e apelando para o diálogo.

“Apelar também para que possamos cessar com estas questões relacionadas com manifestações, que são violentas e que estão a destruir o tecido social e económico que nós construímos durante anos, tanto no setor público como no setor privado”, acrescentou.

Segundo Chapo, além das reformas à lei eleitoral, o diálogo para o fim da crise pós-eleitoral vai incluir discussões ligadas ao processo de descentralização de poder, um processo que tem também a ambição de recuperar “valores sociais”.

“Nós sabemos muito bem e reconhecemos que precisamos de recuperar alguns valores. São valores relacionados com moral, com ética e também a juventude precisa saber de onde é que nós saímos, onde estamos e para onde é que vamos”, declarou.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais de 09 de outubro.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas durante os protestos, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

Juntando de 255 membros e mais 17 suplentes, o Comité Central da Frelimo reúne-se hoje para eleger Daniel Chapo, já empossado chefe de Estado, como presidente do partido no poder em Moçambique, além de eleger um novo secretário-geral, função ocupada desde maio pelo próprio Chapo.

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