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Presidente do CDS-PP opõe-se a passagem de Mário Centeno de “governante a governador”

O líder democrata-cristão diz que uma eventual ida do ministro das Finanças, Mário Centeno, para o Banco de Portugal coloca em causa a “salubridade da vida publica” e defende “um período de nojo alargado” para que a imparcialidade do governante não seja comprometida.
10 Março 2020, 16h38

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, rejeita que o ministro das Finanças, Mário Centeno, passe de “governante a governador”. O líder democrata-cristão diz que uma eventual ida de Mário Centeno para o Banco de Portugal coloca em causa a “salubridade da vida publica” e defende “um período de nojo alargado” para que a imparcialidade do ministro não seja comprometida.

“A salubridade da vida publica exige que a direita se indigne e não permita que o Ministro das Finanças passe de Governante a Governador. Quem quer deixar de ser jogador para passar a ser árbitro, tem pelo menos de esperar elo próximo campeonato, que é como quem diz, pela próxima legislatura”, defendeu Francisco Rodrigues dos Santos, na abertura da segunda edição da convenção do Movimento Europa e Liberdade (MEL), que decorre esta terça e quarta-feira na Culturgest, em Lisboa.

Francisco Rodrigues dos Santos defende que é urgente dar qualidade à democracia e fechar a porta ao clientelismo e à corrupção, a começar com a dignificação da atividade política, “afirmando-a enquanto nobre serviço à comunidade, rejeitando firmemente a sua transformação em profissão ou estatuto, em que o interesse público se confunde com os interesses particulares”.

Neste sentido, o líder do CDS-PP sugeriu a limitação de mandatos para todos os cargos políticos eletivos, bem como o impedimento de que governantes “possam desempenhar, sem um período de nojo alargado, cargos onde beneficiem das suas próprias decisões ou onde a sua imparcialidade esteja comprometida”. Tal impediria Mário Centeno de exercer funções de governador do Banco de Portugal nos próximos anos, pelo menos, até ao fim da legislatura.

“Portugal precisa de órgãos de soberania respeitáveis e respeitados, bem como de uma sociedade civil com corpos intermédios ativos”, indicou Franciso Rodrigues dos Santos. Segundo ele, cabe ao CDS-PP “o papel de assegurar que, à Direita, assim é”. “Se não nos encarregarmos de fazer a história da Direita em Portugal, outros – porventura vindos das franjas, com voz de protesto – a farão por nós, ou ‘ela mesma se fará’, dispensando o nosso contributo”, sustentou.

Segundo o ‘Observador’, o ministro das Finanças vai abandonar o Governo entre junho e julho. O timing é o mesmo do final do mandato do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, função para a qual o atual presidente do Eurogrupo tem sido apontado. Fonte do Executivo disse ao ‘Observador’ que a mudança “já não é notícia para ninguém”, em alusão às notícias desde as últimas eleições legislativas de que Mário Centeno estaria de saída do Governo.

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