O presidente do PS veio a público avisar que a TAP poderá vir a ser nacionalizada na quinta-feira, se não for alcançado um acordo entre o acionista Estado e os acionistas privados durante o dia de hoje.
“Foi feita uma proposta equilibrada e razoável, a reunião há pouco estava suspensa para uma última palavra sobre isso por parte dos sócios privados”, começou por dizer Carlos César esta quarta-feira na TSF.
“Creio que não podemos ficar como estamos hoje, a empresa tem de ser preservada, a nacionalização pura e simples deve ser evitada, mas devemos procurar reforçar a nossa posição na empresa, quer no capital, quer na gestão, ao lado do capital privado”, afirmou o dirigente socialista aos microfones da rádio.
“Julgo que essa é a linha negocial que tem sido seguida, e muito bem, quer pelo ministro Pedro Nuno Santos, quer pelo primeiro-ministro. O desenlace desse processo deverá ocorrer hoje. “, destacou.
“Porque, na verdade, se não ocorrer hoje, se não houver possibilidade de acordo com os privados, o que há a fazer é aprovar amanhã em conselho de ministros o decreto lei de nacionalização que já esta preparado. Portanto, é preciso trabalhar durante o dia de hoje”, avisou Carlos César.
Também hoje, o primeiro-ministro disse acreditar num alcançar de um acordo esta quarta-feira. “Espero que [a solução seja] negociada e por acordo com os nossos sócios privados e não propriamente um ato de imposição do Estado. Se for necessário, cá estaremos para isso, espero que não seja necessário”, apontou.
Questionado sobre o impasse nas negociações entre o acionista Estado e o acionista privado David Neeleman, conforme tem sido noticiado, o primeiro-ministro espera que as divergências negociais sejam ultrapassadas. “Não tive oportunidade de ter informações nas ultimas horas, mas creio que o problema será ultrapassado muito rapidamente”.
Na terça-feira, o ministro das Infraestruturas revelou que o acordo proposto pelo Estado para injetar 1.200 milhões de euros na empresa tinha sido chumbado no conselho de administração da empresa, após os administradores executivos terem rejeitado as condições subjacentes.
Depois do chumbo, Pedro Nuno Santos avançou que o Governo iria avançar com uma proposta aos acionistas privados. “Ainda vamos submeter a proposta ao nosso sócio privado e esperar que ela seja aceite ou então aceitar uma proposta que encontre uma saída acordada para uma situação negativa para todos, uma saída que garanta paz à TAP e evite qualquer litigio futuro”, afirmou.
A SIC avançou na terça-feira que o Estado está a tentar comprar a posição de David Neeleman na TAP, onde conta com 22,5% do capital.
O Estado está disposto a pagar 40 milhões de euros, mas o empresário norte-americano só aceitar sair por 55 milhões de euros, de acordo com a SIC que avança que o outro acionista privado, Humberto Pedrosa (22,5% do capital) poderá reforçar a sua posição na companhia ao entrar com os 15 milhões de euros que faltam para fechar o negócio.
Se este cenário avançar, o Estado passa a deter 70% do capital, face aos atuais 50%, com o capital a passar a ficar maioritariamente nas mãos do Estado português.
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