O presidente francês, Emmanuel Macron, deverá viajar para Beirute, capital do Líbano, esta quinta-feira, para se inteirar pessoalmente do que sucedeu e manifestar todo o apoio de França – que já enviou para o local dois aviões militares com várias toneladas de equipamento médico, um destacamento da segurança civil de 55 pessoas e dez equipas de emergência.
O presidente francês, país que não esconde pretender o aumento da sua importância na geoestratégia do Médio Oriente, é assim o primeiro chefe de Estado ou de governo a visitar o país depois das graves explosões que vitimaram mais de 100 pessoas e cujas causas ainda continuam por apurar. Recorde-se que a União Europeia decidiu apoiar a recuperação de Beirute agregando o auxílio disponibilizado por cada um dos países do agregado – é assim que Portugal estará presente – mas a França decidiu estar presente de outra forma. Pelo menos 21 franceses ficaram feridos nas explosões.
A Alemanha, cujos diplomatas foram feridos na explosão, também prometeu apoio ao Líbano, assim como o Reino Unido e o Canadá. O presidente russo, Vladimir Putin, transmitiu as condolências do seu país. As Nações Unidas, cujos funcionários também foram feridos, ofereceram toda a assistência necessária.
Embora os Estados Unidos se tivessem declarado prontos para oferecer o seu apoio ao Líbano, as declarações do presidente Donald Trump já causaram confusão: enquanto o governo libanês confirmou a forte possibilidade de acidente industrial, o presidente norte-americano descreveu o desastre de Beirute como um “ataque”.
A onda de solidariedade espalhou-se, entretanto, por todo o mundo. O emir do Qatar, xeque Tamim bin Hamad Al-Thani, revelou o envio de vários hospitais de campanha. O Kuwait anunciou a chegada ao Líbano de um avião contendo ajuda médica. A Turquia prometeu “assistência humanitária em todas as áreas, especialmente no campo da saúde”. O rei da Jordânia, Abdullah II, ordenou a preparação de um hospital militar de campo para ser enviada para o Líbano.
A Holanda anunciou o envio de 67 trabalhadores humanitários, incluindo médicos, policiais e bombeiros. A República Checa e a Grécia já enviaram equipas de resgate. A Tunísia decidiu enviar dois aviões militares de ajuda alimentar e assistência médica.
O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, lançou esta terça-feira um “apelo urgente a todos os países amigos e aos países irmãos”. Já esta quarta-feira, o governo libanês pediu a prisão domiciliária “para qualquer pessoa envolvida no armazenamento do nitrato de amónio” que causou as explosões desde a sua chegada da carga a Beirute, em 2014, até a acidente. O pedido foi dirigido ao poder militar supremo, responsável por questões de segurança durante o estado de emergência que acaba de ser estabelecido na cidade. O pedido parece reforçar a tese do acidente.
Por outro lado, em entrevista ao jornal de ‘L’Orient-le-Jour’, de Beirute , o diretor-geral das alfândegas libanesas alega ter alertado “o sistema de justiça seis vezes, entre 2014 e até recentemente, [para as 2.750 toneladas de nitrato de amónio], mas a justiça não nos ouviu”.
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