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Pressão nos hospitais pode subir com aumento de infeções entre pessoas com mais de 80 anos

A preponderância da variante Delta no território português, que se verifica já em todas as regiões de saúde do país, poderá levar a um aumento da pressão nos serviços de saúde dado o ressurgimento das infeções entre a população acima dos 80 anos, que tem maior risco de doença grave.
23 Julho 2021, 22h15

A situação epidemiológica em Portugal mantém-se crescente e de elevada intensidade, sendo que as autoridades de saúde nacionais alertam para o impacto que tem tido a disseminação da variante Delta no país, que pode mesmo levar a um aumento de internados e da pressão nos serviços de saúde, dado o número de novos casos em grupos de risco.

No relatório de monitorização das linhas vermelhas da Covid-19 desta sexta-feira, o Instituto Dr. Ricardo Jorge (INSA) e a Direção Geral da Saúde (DGS) alertam para a crescente pressão nos serviços de saúde que, embora ainda não seja crítica, poderá subir nas próximas semanas, dado o “incremento do número de casos no grupo etário acima dos 80 anos”.

A incidência de novos casos é agora de 427 novas infeções por cada 100 mil habitantes, numa média acumulada de 14 dias, o que ultrapassa largamente a linha vermelha dos 240 casos definida pelo Governo. Adicionalmente, também o risco de transmissibilidade passa já o limite de 1,00, cifrando-se já nos 1,07 para o território nacional.

No que toca à incidência, os valores em Lisboa e Vale do Tejo, Norte, Alentejo e Algarve ultrapassam também o limiar máximo traçado pelo Executivo, enquanto que em termos de transmissibilidade todas as regiões se encontram para lá da linha vermelha. Para a região Centro, estima-se que sejam necessários menos de 15 dias para, a este ritmo, chegar ao limite de 240 casos por cada 100 mil habitantes.

Esta situação tem resultado em mais internados em cuidados intensivos, que representam agora 70% do valor crítico de 255 camas ocupadas nos hospitais para doentes Covid-19.

Apesar da proporção de positivos, 5,2%, continuar a crescer e a manter-se acima do limite traçado de 4%, os doentes a quem foi comunicada com atraso uma infeção mantêm-se uma minoria, representando apenas 4,8%. Das infeções detetadas na última semana, 86% foram isoladas em menos de 24 horas e 73% viram todos os seus contactos rastreados e isolados.

A variante Delta mantém-se como a predominante em todas as regiões de saúde do país, sendo responsável por 94,8% das infeções confirmadas na última semana.

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