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Primeira central offshore em Portugal resistiu a ventos de 130 quilómetros e ondas de 14 metros no primeiro ano de vida

O projeto Windfloat, localizado 20 quilómetros ao largo de Viana do Castelo, produziu eletricidade suficiente para abastecer 60 mil famílias durante um ano.
  • Windfloat Atlantic – EDP
24 Agosto 2021, 13h26

A primeira central eólica marítima (offshore) em Portugal já produziu eletricidade suficiente para abastecer 60 mil famílias durante um ano, o que seria suficiente para quase abastecer, em separado, Santarém, Palmela, Figueira da Foz ou a vizinha Póvoa de Varzim.

O projeto Windfloat está a operar a 100% desde julho de 2020 e produziu um total de 75 gigawatts hora (GWh), produzindo um total de 3.800 horas no espaço de um ano.

Esta central flutuante com 25 megawatts de capacidade fica localizada 20 quilómetros a oeste de Viana de Castelo, onde o mar atinge profundidades de 100 metros.

No primeiro ano, enfrentou (e resistiu a) rajadas de vento de 130 quilómetros/hora e ondas com 14 metros. Por razões de segurança, os três aerogeradores param automaticamente quando as rajadas de vento atingem os 90 quilómetros/hora.

Esta central é detida pelo consórcio Windplus, controlada pela Ocean Winds (85,1%), sociedade detida pela EDP Renováveis e os franceses da Engie; os espanhóis da Repsol (13,6%); e a Principle Power (mais de 1%), empresa participada pelo grupo EDP.

Segundo o consórcio, a central comportou-se dentro do previsto no seu primeiro ano de vida, afirmou o diretor do projeto, José Pinheiro, durante uma visita à Windfloat esta terça-feira, 24 de agosto.

“Mostrámos que é possível explorar vento em locais que seriam inacessíveis”, afirmou este responsável a bordo da embarcação que levou um grupo de jornalistas a visitar o projeto.

O Windfloat atingiu vários marcos ao longo do seu primeiro ano de vida: esteve quatro dias consecutivos a produzir eletricidade em agosto deste ano, o máximo atingido até ao momento; junho de 2021 foi o mês com maior produção até agora, 8,6 gigawatts hora, produzindo durante 48% do tempo disponível, superando a média de cerca de 30% atingida pela eólica em terra.

O único percalço de assinalar sofrido foi um problema no cabo submarino que impediu que a eletricidade chegasse a terra durante quatro meses. Mesmo assim, a meta de produção prevista foi atingida pelo projeto, segundo este responsável.

O facto de ser flutuante é essencial para conseguir instalar esta central nestas águas profundas. As centrais offshore convencionais são fixadas ao fundo do mar, a uma profundidade máxima de 60 metros, como no Mar do Norte, onde a costa é menos profunda.

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