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Primeiro contrato assinado entre os Beatles e o seu agente vendido por 305 mil euros

Quando assinaram com Epstein, John Lennon, Paul McCartney e George Harrison eram menores de idade, segundo a lei britânica. Mas isso não os impediu de criar uma das parcerias mais bem sucedidas da indústria musical mundial. O agente falecido em 1967 transformou e marcou o sucesso mundial dos Beatles.
10 Julho 2019, 11h02

O primeiro contrato assinado entre os Beatles e Brian Epstein, o histórico agente da banda britânica que impulsionou o sucesso internacional dos quatro de Liverpool, foi vendido por 275 mil libras (cerca de 305,9 mil euros), esta quarta-feira, num leilão organizado pela Sothby’s. O valor da venda reverte para a Ernest Hecht Charitable Foundation.

O documento de 24 janeiro de 1962 foi assinado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Pete Best, o primeiro baterista da banda, e marca uma viragem na carreira da banda britânica. Assim que Epstein passou a agenciar e a gerir a carreira de uma das maiores bandas de sempre da indústria musical, os Beatles sofreram uma transformação passando de uma banda de pequenos clubes e bares para um fenómeno mundial.

Facto insólito é que a assinatura de Epstein não está no contrato, visto que o agente britânico falecido em 1967 não queria associar o seu nome aos Beatles, como forma de proteger a sua carreira caso as coisas não resultassem.

O contrato permitiu ao representante produzir e anunciar concertos dos Beatles, assim como controlar detalhes de vestuário e aparência dos músicos. O documento em si era um contrato de gestão de carreira dos Beatles, com Epstein a garantir uma comissão de 10% pelos rendimentos da banda, à semana. Essa percentagem viria a aumentar para 15%, se os Beatles conseguissem uma receita de 120 libras (cerca de 133,5 euros) por semana.

Outro ponto relevante é que John Lennon, Paul McCartney, George Harrison tinham menos de 21 anos de idade – isto é, eram menores de idade – e, por isso, para poderem assinar o contrato com Brian Epstein tiveram de receber uma autorização dos pais.

https://twitter.com/maisonmadame/status/1148658554179674119

Este documento é o primeiro de dois contratos assinados entre a banda e Epstein, que quando descobriu os Beatles, que tocavam no histórico Caven Club de Liverpool, era apenas dono de uma loja de discos e assumia-se como compositor musical.

O segundo, assinado  no dia 1 de outubro de 1962, foi leiloado em 2015. O segundo contrato foi celebrado depois do baterista Pete Best deixar a banda, dando lugar a Ringo Starr. Com esse novo acordo, Starr passou a deter também uma percentagem dos ganhos dos Beatles.

Depois que o grupo substituiu Best por Ringo Starr em agosto de 1962, eles assinaram um segundo contrato com a Epstein em 1º de outubro, dando a ele uma porcentagem maior de seus ganhos.

De acordo com o “The Guardian”, que cita um especialista da Sotheby’s, Epstein está indelevelmente ligado ao sucesso e ao fim da banda. Brian Epstein acabou por morrer em agosto de 1967, depois de sofrer uma overdose de barbitúricos. O malogrado John Lennon afirmou em 1970, depois do fim dos Beatles, numa entrevista à “Rolling Stones”, que a morte de Epstein marcara o fim da banda de Liverpool.

“Eu sabia que estávamos em apuros, então … pensei: já tivemos isso”, comentou então.

 

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