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Primeiro de dois novos navios da CV Interilhas chega em junho

A CV Interilhas acrescenta que, além da chegada do navio ao arquipélago no próximo mês, o mesmo foi batizado com o nome da artista, em homenagem a Epifania de Freitas Silva Ramos Évora (1919–2014).
29 Maio 2021, 10h27

O primeiro de dois navios com que a CV Interilhas, concessionária do transporte marítimo em Cabo Verde, liderada pelo grupo português ETE, pretende reforçar a frota chega em junho e homenageia a pianista cabo-verdiana “Dona Tututa”.

Em comunicado, a CV Interilhas acrescenta que, além da chegada do navio ao arquipélago no próximo mês, o mesmo foi batizado com o nome da artista, em homenagem a Epifania de Freitas Silva Ramos Évora (1919–2014), conhecida como “Dona Tututa”, enquanto “grande pianista e compositora cabo-verdiana”, recordando que “desafiou a cultura através da combinação da sua formação em música clássica com a música cabo-verdiana”.

Foi ainda “impulsionadora da igualdade de género dos cidadãos artistas de Cabo Verde”, com a empresa a explicar que com a escolha do seu nome para o novo navio da frota “manteve-se presente aquele que é o compromisso” da empresa CV Interilhas, de “aproximar os cabo-verdianos” e “manter presente a identidade” do país.

“Algo que a empresa reforça, naquela que é também a sua missão: construir um sistema de transporte marítimo interilhas, sólido, com navios seguros e fiáveis, proporcionando a cada vez mais notória, coesão territorial”, referiu.

A nota acrescenta que o novo navio está no estaleiro português Navaltagus (grupo ETE), já em fase de conclusão do processo de remodelação, para seguir viagem para Cabo Verde, onde é esperado em junho.

Jorge Maurício, vice-presidente do grupo ETE – Cabo Verde, que através da Transinsular (51%), lidera a CV Interilhas, explicou, em entrevista à Lusa, em abril, que depois da aquisição do navio “Chiquinho BL” — afretado pelo grupo à empresa cabo-verdiana e que entrou ao serviço em fevereiro de 2020, este novo navio será o primeiro propriedade da concessionária, representando um investimento “à volta de quatro milhões de euros”.

“Em menos de dois anos já vamos no segundo navio, a chegar nas próximas semanas. E até ao final do ano ainda pensamos trazer mais um navio para construirmos uma frota de navios adequada para Cabo Verde”, explicou o administrador.

Desde agosto de 2019 que a CV Interilhas detém a concessão, por 20 anos, do transporte marítimo de passageiros e mercadorias entre as nove ilhas habitadas do arquipélago, tendo recorrido inicialmente a navios de armadores locais (acionistas da empresa, 49%), que antes asseguravam de forma isolada as ligações entre as ilhas.

O novo navio, de 69 metros de comprimento, com capacidade para mais de 200 passageiros e 43 viaturas ou 11 atrelados de 15 metros, está a ser preparado para, depois de certificado pela autoridade marítima cabo-verdiana, iniciar as ligações da rota entre as ilhas de São Vicente, São Nicolau, Sal, Boavista e Santiago.

Vai melhorar a acomodação de passageiros e das tripulações – com capacidade para 16 tripulantes -, permitindo “mais tempo útil de navegação”, de até 24 horas seguidas, reduzindo igualmente o tempo de escala em porto.

Antes de adquirido pela CV Interilhas, navegava entre as diversas ilhas das Bahamas e da Florida (Estados Unidos da América).

“Os primeiros navios foram afretados porque começamos do zero. O novo navio já será próprio, um ativo da CV Interilhas, para permitir à empresa começar a construir o seu património”, explicou o administrador.

O terceiro navio da frota que a CV Interilhas está a organizar será adquirido no segundo semestre deste ano e terá capacidade para transportar 300 a 350 passageiros e 70 viaturas, acrescentou Jorge Maurício.

“Nós começamos do zero, nós tivemos de utilizar as embarcações que existiam em Cabo Verde, em regime de afretamento. Comprar um navio não é como comprar um carro ou uma moto, é um processo longo e complexo”, sublinhou, garantindo que o objetivo é ter uma frota própria de cinco navios “e eventualmente mais um”, de alternativa.

Mas todos com capacidade para operar nos nove portos do país, contrariamente à realidade atual e herdada pela empresa no início da concessão.

“Na verdade, nós não estamos a renovar, estamos a construir a nossa frota (…) com navios robustos para o mar de cabo Verde”, concluiu Jorge Maurício.

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