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Primeiro-ministro do Canadá diz que avião ucraniano foi “abatido por um míssil iraniano”

As provas “indicam que o avião foi abatido por um míssil iraniano”, afirmou Justin Trudeau, sobre o voo que vitimou 176 pessoas em Teerão.
  • Michael Reynolds / EPA
10 Janeiro 2020, 12h27

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, veio a público na quinta-feira afirmar que o avião ucraniano que caiu no Irão, matando os 176 passageiros na quarta-feira, foi derrubado por um míssil iraniano. Trudeau disse que o seu governo dispõe de informações sobre as evidências que “indicam que o avião foi abatido por um míssil iraniano terra-ar”.

Em conferência, o político canadiano disse, contudo, que a ação que levou à queda do voo 752 da Ukranian International Airlines “pode não ter sido internacional”. O Boeing 737 tinha descolado de Teerão e rumava a Kiev, capital da Ucrânia, acabando por se despenhar dois minutos depois da descolagem, matando as 176 pessoas (passageiros e tripulantes) que estavam a bordo, a maioria de nacionalidade iraniana e canadiana.

Pelo menos 63 cidadãos canadianos estavam a bordo, bem comomo cidadãos oriundos da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e Reino Unido.

Irão rejeita teoria do míssil. Investigação decorre

A queda do avião já está a ser investigada, sendo que o governo ucraniano já enviou uma equipa de 45 investigadores para estudar as causas do desastre aéreo. Entretanto, as autoridades iranianas já rejeitaram a hipótese de que a queda da aeronave tenha sido provocada por um míssil.

“Esses rumores não fazem qualquer sentido”, lê-se numa nota informativa do Ministério dos Transportes do Irão, que cita o presidente da Organização de Aviação Civil iraniana e vice-ministro dos Transportes, Ali Abedzadeh.

“Vários voos domésticos e internacionais voam ao mesmo tempo no espaço aéreo iraniano à mesma altitude de 8.000 pés, e essa história de ataque com mísseis (…) não podia estar mais incorreta”, prossegue.

Já esta sexta-feira, a agência norte-americana para a segurança dos transportes, a NTSB, anunciou que vai participar no inquérito ao acidente do avião ucraniano. A agência indicou ter recebido uma notificação das autoridades aéreas civis do Irão para averiguar sobre as causas do acidente.

Ao abrigo das regras da Organização da Aviação Civil Internacional, a NTSB, que garantiu que não “vai especular sobre as causas do acidente”, designou um representante para o inquérito à catástrofe.

A Suécia, por sua vez, pela voz do primeiro-ministro, Stefan Löfven, pediu hoje uma investigação “transparente” e “rápida”. Entre as vítimas da queda da aeronave contam-se dez cidadãos suecos.

“Concordamos que essas informações aumentam ainda mais a necessidade de uma investigação rápida, completa e transparente e que os países afetados devem ter a opção de contribuir com os especialistas e ter acesso a todos os dados”, salientou Löfven em comunicado enviado à agência sueca TT.

Löfven indicou ainda que teve uma conversa telefónica na quinta-feira à noite com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski e que acordaram que o contacto fosse “próximo” e “contínuo”, assim como com os restantes países afetados no acidente.

Avião regressava ao aeroporto de Teerão quando caiu

O avião ucraniano que se despenhou na quarta-feira tentava regressar ao aeroporto da capital do Irão e, de acordo com um relatório preliminar da investigação iraniana, a tripulação do Boeing 737 não pediu ajuda via rádio.

As primeiras indicações disponibilizadas pelas autoridades iranianas apontaram para a existência de problemas mecânicos na origem da queda do avião. O acidente ocorreu horas depois do lançamento de mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani.

 

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