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Primeiro-ministro espanhol visita hoje Barcelona, após uma semana de violência nas ruas

A visita a Barcelona acontece depois do primeiro-ministro cessante, Espanha vai a eleições em novembro, ter rejeitado atender por três vezes as chamadas do líder do Governo catalão, Quim Torra.
21 Outubro 2019, 08h19

O primeiro-ministro espanhol vai viajar hoje para Barcelona. Após uma semana de confrontos, Pedro Sanchéz vai visitar os polícias feridos durante as manifestações independentistas para mostrar-lhes os seus apoios.

A viagem está a ser avançada pelo jornal El País esta segunda-feira, e não foi colocada na agenda oficial de forma a não dar tempo aos independentistas que organizem protestos.

A visita a Barcelona acontece depois do primeiro-ministro cessante, Espanha vai a eleições em novembro, ter rejeitado atender por três vezes as chamadas do líder do Governo catalão, Quim Torra.

Pedro Sanchéz rejeitou falar com o líder catalão por este, perante as manifestações violentas, não ter criticado a violência nas ruas da Catalunha, perpetuadas pelos manifestantes independentistas.

O primeiro-ministro aproveitou agora a sua viagem a Barcelona para responder, por carta, a Quim Torra, não devendo visitar o líder catalão.

“O primeiro dever de qualquer responsável público é zelar pela segurança dos seus cidadãos, assim como a segurança de qualquer espaço público ou privado face às condutas violentas. O segundo é preservar a convivência entre todos os integrantes da sociedade civil e evitar a fratura da sua comunidade. Nos últimos dias, a sua conduta moveu-se precisamente em sentido contrário”, escreveu o primeiro-ministro na carta.

Para Sanchez, Torra “evitou condenar de forma taxativa e inequívoca as condutas violentas que tiveram lugar com virulência e assiduidade em diversos pontos da Catalunha, inclusivamente a pouca distância do seu escritório”, segundo a carta citada pelo El País.

“Virou as costas às forças e corpos de segurança autónomos e estatais, que protegem a ordem pública com grande profissionalismo e expondo-os a graves riscos. Voltou as costas e ignorou mais de metade da população catalã simplesmente porque não partilha os seus ideais em vez de comportar-se como o presidente de todos os catalães. Por todo isso, vejo-me no dever de recordar-lhe as três obrigações que deve cumprir um governante se quer ostentar com dignidade a representação da sua comunidade perante qualquer interlocutor: condenar a violência de forma rotunda; amparar as forças de segurança que a combatem; e evitar a discórdia civil”, de acordo com a missiva.

O ex-presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, criticou a possibilidade de Pedro Sanchéz não visitar a Generalitat.

“É verdade que vai visitar Barcelona e não vai falar com o presidente da Generalitat? É verdade que faz distinção entre os feridos, em vez de se preocupar com todos? Um governante deve desejar que todos os feridos, polícias e cidadãos recuperem. Todos, sem exceções”, escreveu o líder independentista, fugido às autoridades espanholas, a viver na Bélgica.

A cidade condal recebeu as visitas de vários políticos nos últimos dias, como a do ministro da Administração Interna, Fernando Grande Marlaska, ou a do líder do partido Ciudadanos, Albert Rivera. Também o líder do Partido Popular (PP), Pablo Casado, vai visitar hoje a cidade de Barcelona.

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