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Primeiro-ministro japonês planeia demitir-se após fiasco eleitoral

Após o anúncio, hoje, de um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão, Ishiba informou os seus colaboradores próximos sobre a sua intenção de abandonar o cargo até ao final de agosto, segundo o jornal Mainichi.
Former Japanese Defence Minister Shigeru Ishiba waves as he is elected as new head of the ruling party in the Liberal Democratic Party’s (LDP) leadership vote and is set to become Japan’s next prime minister in Tokyo, Japan September 27, 2024, in this photo taken by Kyodo. Mandatory credit Kyodo/via REUTERS
23 Julho 2025, 09h15

O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, planeia anunciar a sua demissão do cargo em breve, na sequência do fiasco eleitoral de domingo, noticiaram hoje os meios de comunicação.

Após o anúncio, hoje, de um acordo comercial entre os Estados Unidos e o Japão, Ishiba informou os seus colaboradores próximos sobre a sua intenção de abandonar o cargo até ao final de agosto, segundo o jornal Mainichi.

O jornal Yomiuri, por sua vez, afirma que Ishiba anunciará a sua demissão até ao final de julho, sem especificar a data exata da sua saída.

Nas eleições para o senado de domingo, a coligação governamental liderada pelo Partido Liberal Democrático (PLD) conservador de direita de Ishiba sofreu uma derrota esmagadora, perdendo a maioria na câmara alta.

Os relatos da imprensa japonesa indicam que os pedidos de demissão de Shigeru Ishiba se intensificaram no seio do PLD desde os resultados das eleições para a câmara alta.

O primeiro-ministro, de 68 anos, terá, no entanto, esperado para anunciar a sua decisão até que um acordo comercial com Washington fosse alcançado, mesmo a tempo do prazo de 01 de agosto para a imposição de uma pesada tarifa americana.

Ishiba assumiu a liderança do partido em setembro, à quinta tentativa, mas a sua coligação perdeu a maioria na câmara baixa do parlamento em outubro, em eleições antecipadas, registando o pior resultado do PLD em 15 anos.

Desde então, a coligação governamental, composta pelo PLD e pelo seu pequeno aliado centrista Komeito, foi obrigada a negociar com os partidos da oposição para aprovar as leis.

O PLD de Ishiba e o parceiro de coligação, Komeito, que precisavam de conquistar 50 lugares, além dos 75 que já possuem para manter a maioria, conseguiram 47.

Faltaram três lugares para a maioria e houve um recuo de 19 lugares em relação ao que tinham antes das eleições.

A derrota é mais um golpe para a coligação de Ishiba, tornando-a minoritária em ambas as câmaras, após a derrota em outubro nas eleições para a câmara baixa, e agravando a instabilidade política do Japão.

Foi a primeira vez que a coligação liderada pelo PLD perdeu a maioria em ambas as câmaras do parlamento desde a formação do partido em 1955.

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