A privatização da TAP coloca em risco os postos de trabalho da Portugália (PGA), avisa o representante do Sindicato Independente De Pilotos De Linhas Aéreas (SIPLA), João Leão, que foi ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.
Na intervenção inicial, o representante diz que não é dada à Portugália a “importância que devia ser dada”, desde que foi comprada pela TAP em 2007, e pede que seja elaborado um plano de médio a longo prazo para a operação da mesma.
João Leão recorda que a empresa operou 80% dos voos da TAP durante o pico da pandemia e que, à exceção de alguns voos charter, toda a operação da empresa é feita para a TAP. Por isso, diz, “é necessário um plano que defina se a Portugália é da TAP a 100%, ou se nos querem usar como ‘side’ da TAP para outras operações”.
O sindicalista diz que as preocupações quanto aos postos de trabalho já foram colocadas ao ministro das Infraestruturas João Galamba, mas que a tutela não deu garantias.
Se a PGA faz parte da TAP, diz, “deveria ser vendida juntamente”, mas importa realçar que são “duas empresas diferentes”. “Se o privado decidir que a Portugália não faz sentido, pode acabar com a Portugália”, alerta.
Olhos postos na nova administração
João Leão é mais uma voz a sublinhar que o aeroporto Humberto Delgado está “a rebentar pelas costuras” e que poderia ser a Portugália a aliviar essa sobrecarga ocasionalmente. Contudo, considera que há soluções alternativas, nomeadamente fora do aeroporto da capital, em Faro e no Porto. Essa questão, diz, remete à nova administração encabeçada por Luís Rodrigues, de quem espera “um melhor trabalho”.
Da nova administração e relativamente ao plano de reestruturação – desconhecido também por este sindicato – espera também que venha a intenção de estabelecer novos acordos de empresa, e apenas com esses se pode vislumbrar uma reversão dos cortes salariais de 20%, ainda em vigor.
Diz também que a negociação à luz do plano de reestruturação foi “contra natura”, porque os sindicatos “estavam a regatear quanto é que poderíamos perder” visto que o Governo e a administração da TAP estavam alinhados numa narrativa – “a perda de condições laborais era obrigatória” -, algo que o SNPVAC veio contrariar ontem, ao apresentar um parecer da Comissão Europeia de 2021, onde Bruxelas não impõe os cortes salariais como obrigatórios ou sequer prioritários.
O líder da estrutura sindical diz que sentiu mais intervenção vinda de Pedro Nuno Santos do que do atual ministro, algo que considera normal, dado o período pandémico e a situação que a companhia atravessava.
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