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Privatização da TAP põe em risco postos de trabalho da Portugália, avisa sindicato

João Leão, do SIPLA, que representa os pilotos da Portugália, diz aos deputados da comissão de inquérito que o processo de privatização levanta preocupações para a empresa que, em determinado momento, operou 80% dos voos da TAP.
27 Abril 2023, 19h51

A privatização da TAP coloca em risco os postos de trabalho da Portugália (PGA), avisa o representante do Sindicato Independente De Pilotos De Linhas Aéreas (SIPLA), João Leão, que foi ouvido esta tarde na comissão parlamentar de inquérito à companhia aérea.

Na intervenção inicial, o representante diz que não é dada à Portugália a “importância que devia ser dada”, desde que foi comprada pela TAP em 2007, e pede que seja elaborado um plano de médio a longo prazo para a operação da mesma.

João Leão recorda que a empresa operou 80% dos voos da TAP durante o pico da pandemia e que, à exceção de alguns voos charter, toda a operação da empresa é feita para a TAP. Por isso, diz, “é necessário um plano que defina se a Portugália é da TAP a 100%, ou se nos querem usar como ‘side’ da TAP para outras operações”.

O sindicalista diz que as preocupações quanto aos postos de trabalho já foram colocadas ao ministro das Infraestruturas João Galamba, mas que a tutela não deu garantias.

Se a PGA faz parte da TAP, diz, “deveria ser vendida juntamente”, mas importa realçar que são “duas empresas diferentes”. “Se o privado decidir que a Portugália não faz sentido, pode acabar com a Portugália”, alerta.

Olhos postos na nova administração

João Leão é mais uma voz a sublinhar que o aeroporto Humberto Delgado está “a rebentar pelas costuras” e que poderia ser a Portugália a aliviar essa sobrecarga ocasionalmente. Contudo, considera que há soluções alternativas, nomeadamente fora do aeroporto da capital, em Faro e no Porto. Essa questão, diz, remete à nova administração encabeçada por Luís Rodrigues, de quem espera “um melhor trabalho”.

Da nova administração e relativamente ao plano de reestruturação – desconhecido também por este sindicato – espera também que venha a intenção de estabelecer novos acordos de empresa, e apenas com esses se pode vislumbrar uma reversão dos cortes salariais de 20%, ainda em vigor.

Diz também que a negociação à luz do plano de reestruturação foi “contra natura”, porque os sindicatos “estavam a regatear quanto é que poderíamos perder” visto que o Governo e a administração da TAP estavam alinhados numa narrativa – “a perda de condições laborais era obrigatória” -, algo que o SNPVAC veio contrariar ontem, ao apresentar um parecer da Comissão Europeia de 2021, onde Bruxelas não impõe os cortes salariais como obrigatórios ou sequer prioritários.

O líder da estrutura sindical diz que sentiu mais intervenção vinda de Pedro Nuno Santos do que do atual ministro, algo que considera normal, dado o período pandémico e a situação que a companhia atravessava.

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