[weglot_switcher]

Processo desinflacionista alemão pausa em junho com subida da inflação para 6,4%

A subida do indicador de preços era já esperada, dado o efeito base criado pelo subsídio nos transportes públicos introduzido em junho do ano passado e pelo corte nos impostos dos combustíveis, mas a tendência de queda deve retomar depois do verão.
29 Junho 2023, 15h14

A inflação voltou a subir na Alemanha em junho, fruto de efeitos base criados pelo subsídio federal nos transportes públicos, num resultado já esperado pelos analistas. Ainda assim, a leitura de 6,4% fica ligeiramente acima da expectativa de 6,3%, com os serviços a castigarem o indicador nominal.

Os dados desta quinta-feira mostram nova subida do indicador de preços, depois de este ter tocado mínimos de mais de um ano em maio, com 6,1%. A subida era já esperada, dada a comparação com junho de 2022, quando entrou em vigor o subsídio do Governo federal aos transportes públicos.

Assim, o subíndice referente ao sector terciário voltou a crescer, saltando de 4,5% para 5,3%; na energia também se verificou nova subida, de 2,6% para 3,0%, para a qual contribuiu também o efeito base criado pelos cortes na fiscalidade associada à energia decretados em junho do ano passado. Já nos bens, o indicador de preços abrandou de 7,7% para 7,3%, arrastado por uma queda nos bens alimentares de 14,9% para 13,7%.

Olhando para a subjacente, que ignora as categorias energética e alimentar, o índice acelerou de 5,4% para 5,8%, um resultado também influenciado pelo efeito base nos transportes. A análise da Pantheon Macro tranquiliza os mercados, considerando normal e expectável esta subida e “compatível com a nossa projeção inicial de que o indicador nominal da zona euro cairá 0,4 pontos percentuais (p.p.) em junho”.

Para o verão, a expectativa é que o indicador nominal deve ir abrandando, ao passo que a inflação core deve começar a cair apenas depois de agosto, dada a questão dos transportes, continua a Pantheon. O mesmo projeta o banco ING, avançando que a subida de junho é apenas “uma pausa no processo desinflacionista alemão”, que deve voltar a ganhar força depois do verão.

“Ainda com preços da energia mais baixos do que o esperado, preços da comida em queda e pressões na cadeia a acalmarem, a inflação alemã (e a da zona euro) pode cair mais rápido do que o BCE projeta, pelo menos depois do verão”, lê-se na nota do banco neerlandês.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.