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Procura de crédito aumentou no quarto trimestre, diz Banco de Portugal

No 4º trimestre de 2019, a oferta de crédito concedido a empresas e a particulares permaneceu praticamente inalterada face ao trimestre anterior e as instituições participantes não antecipam alterações de relevo para o 1º trimestre de 2020.
Cristina Bernardo
21 Janeiro 2020, 16h50

O Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito do Banco de Portugal revela que a procura de crédito aumentou no quarto trimestre de 2019 no segmento dos particulares para compra de casa e no segmento do créditos ao consumo, tendo permanecido inalterado no segmento das empresas.

No 4º trimestre de 2019, a oferta de crédito concedido a empresas e a particulares permaneceu praticamente inalterada face ao trimestre anterior e as instituições participantes não antecipam alterações de relevo para o 1º trimestre de 2020, avança o mesmo estudo.

O inquérito revela que as pressões da concorrência contribuíram para tornar os spreads ligeiramente menos restritivos nos empréstimos de risco médio a particulares para a aquisição de habitação e para consumo e outros fins.

Esta estabilização é transversal aos vários segmentos de crédito analisados: empréstimos a PME e a grandes empresas e a particulares para habitação e para consumo e outros fins.

A proporção de pedidos de crédito rejeitados, quer de empresas, quer de particulares, permaneceu praticamente inalterada.

Relativamente à procura de crédito, no 4º trimestre de 2019, a procura de crédito por parte de empresas manteve-se globalmente inalterada face ao 3º trimestre do ano. No segmento dos particulares a procura de crédito para aquisição de habitação e para consumo e outros fins aumentou. Para esta evolução terão contribuído o nível geral das taxas de juro e a confiança dos consumidores, respetivamente, segundo o estudo.

Para o 1º trimestre de 2020, as instituições não antecipam alterações relevantes na procura de empréstimos pelas empresas e particulares.

O índice de difusão (calculado com base num inquérito aos cinco principais bancos portugueses) traduz a restritividade do mercado de crédito português. Para valores acima de zero significa um aumento da restritividade das concessões de crédito por parte dos bancos, para valores abaixo de zero uma diminuição, explica o Gabinete de Estratégia e Estudos (GEE) na sua análise ao inquérito do Banco de Portugal publicado hoje.

Os cinco bancos inquiridos referiram que nos últimos seis meses as novas medidas de regulamentação ou de supervisão não tiveram [novos requisitos regulamentares ou prudenciais relativos a fundos próprios, alavancagem, liquidez ou constituição de provisões] , de um modo geral, impacto no seu balanço, condições de financiamento, critérios de aprovação de crédito, ou nos spreads aplicados nos empréstimos a empresas e a particulares.

Nos últimos seis meses o rácio de créditos improdutivos (NPL) dos bancos inquiridos não teve globalmente impacto na alteração dos critérios de concessão de crédito e dos termos e condições de crédito concedido a empresas e a particulares.

É senso comum que a existência de ativos improdutivos nos balanços dos bancos  (NPL) pode afetar a sua política de concessão de crédito e interferir com o mecanismo  de transmissão de política monetária.

O stock de NPL continua elevado em Portugal quando comparado com os outros países europeus.

Os custos de financiamento e as restrições de balanço, bem como a percepção dos riscos e a tolerância ao risco nos seus balanços, contribuíram para tornar a política de concessão de crédito mais restritiva.

 

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