A cotação internacional do petróleo Brent – com os futuros cotados a 25,55 dólares por barril às 11h50 de Lisboa, o que traduz uma quebra de 3,04% face ao valor do fecho anterior – está cada vez mais próxima dos 20 dólares, que a generalidade dos analistas começa a reconhecer como o próximo patamar de negociação do petróleo na Europa. O banco de investimento Goldman Sachs refere que as produções petrolíferas dos EUA, da Rússia e do Canadá serão as mais vulneráveis a quedas de preços, pressionadas pela queda do consumo mundial, que – segundo refere – recuou 25%, o que corresponde a uma redução de 26 milhões de barris por dia. A agência Bloomberg, citando o maior comerciante de petróleo do mundo, refere que em abril a procura mundial vai cair até aos 30 milhões de barris por dia.
Mesmo com os futuros do WTI a serem negociados em cima do patamar dos 20 dólares por barril – às 11h50 de Lisboa os futuros do WTI estavam cotados a 20,62 dólares por barril – a produção da Saudi Aramco, segundo a agência Bloomberg, aumentou para níveis superiores a 12 milhões de barris por dia. Segundo um especialista contactado pelo Jornal Económico, esta estratégia dos sauditas “pretende forçar o encerramento dos poços dos EUA, que a este nível de preços se tornam inviáveis”.
Em sentido contrário ao da Arábia Saudita, a Rússia deu indicações que se absteria de efetuar mais aumentos na produção, segundo a Bloomberg. Desta forma, aumenta a pressão dos produtores norte-americanos de petróleo sobre a Casa Branca, levando o presidente Donald Trump a tentar promover um encontro com os responsáveis sauditas e russos para debaterem uma solução que trave as descidas de cotações do petróleo, em particular, do Brent e do WTI.
Com a redução da procura a continuar a regredir, e o mercado petrolífero inundado num excesso de oferta, aumenta a pressão diária sobre a descida das cotações do petróleo. “Face à previsão da procura poder cair até 30 milhões de barris por dia durante abril, por força da paragem da atividade económica imposta pelo combate à pandemia da Covid-19, as cotações do petróleo poderão chegar a níveis que eram dificilmente imagináveis no último trimestre de 2019”, referiu ao JE o mesmo especialista.
Sobre a eficácia de um novo corte de produção que possa ser acordado entre Trump e os maiores produtores mundiais, muitos analistas consideram que essa medida já viria tarde demais. A agência Bloomberg refere mesmo que “ficaria aquém da perda de consumo”, citando o banco Goldman Sachs.
De acordo com o site Oil Monster – com cotações dos crudes dos EUA -, o crude “Eastern Wyoming Sweet” registou uma queda de 9,67%, baixando a cotação para 9,62 dólares por barril, e o “Wyoming General Sour” caiu 27,84%, sendo cotado a 2,67 dólares por barril. Estes exemplos confirmam a advertência do Goldman Sachs sobre a grande vulnerabilidade à atual crise por parte do petróleo produzido nos EUA.
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